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A diferença de um país que possui tradição esportiva, como EUA e China, para os que almejam um dia chegar a este patamar, como o Brasil, está, geralmente, no quadro de medalhas das competições. Mas outro fator também deixa clara a diferença entre eles: a formação das novas gerações.
Um exemplo claro disto pôde ser visto no Campeonato Mundial de ginástica artística, que está sendo realizado em Stuttgart (ALE). Enquanto as seleções femininas dos EUA e da China possuem caras novas que mantiveram o alto nível do país no Mundial, a brasileira acabou fora da Olimpíada de Tóquio-2020 porque três ginastas se machucaram.
A melhor delas, Rebeca Andrade, era a grande esperança do país, mas precisou ser operada no joelho direito e está afastada. Jade Barbosa, a mais experiente do grupo em Stuttgart, também lesionou o joelho na primeira prova, no salto. E Carolyne Pedro foi cortada na véspera das disputas.
Com isso, as substitutas não conseguiram manter o ritmo e o Brasil ficou apenas no 14º lugar na prova por equipes, duas acima do posto necessário para a vaga.
Apenas Flávia Saraiva competiu em alto nível e se classificou para as finais do individual geral —na qual ficou em sétimo—, do solo e da trave. Ela também se garantiu em Tóquio-2020.
Se o país tivesse cultura de formação de atletas desde o colégio e uma política pública que garantisse esse trabalho, certamente haveria opções para a seleção continuar em alto nível, já que desde os Jogos de Atenas-2004 que a equipe completa se classificava.
Só para se ter uma ideia, a ginástica artística feminina dos EUA possui atualmente 79 atletas que competem na elite, com condições técnicas de defender a equipe nacional a qualquer momento. No Brasil, a confederação trabalha com apenas nove atletas na seleção. Pode até haver mudanças semestrais, mas as opções são poucas.
E o resultado final certamente não seria o mesmo se o grupo estivesse completo. Infelizmente, esse é o cenário do esporte no Brasil.