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Caneladas do Vitão: Todo torcedor quer ganhar um 'presente' de seu clube

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São Paulo

Natal é um orçamento. Que aguça o sentimento. Independentemente da religião de cada um, a humanidade se divide entre as pessoas que gostam de ganhar bons presentes e os mentirosos. O primeiro time é composto por gente que, além de ganhar, também adora presentear, isolando do outro lado os muquiranas, preguiçosos e egoístas.

Poesia, riqueza lírica, é bonita no cartão. Amor é outra prosa, irmão. Não há incondicionalidade que resista à falta de reciprocidade. Toma lá sem receber cá é o fim da linha, a morte da tabelinha. Bom e barato é escárnio. Papo furado. Pior ainda é o horroroso e caro, que não vale o que foi ou dizem que foi gasto.

O futebol, máxima tão verídica quanto antiga, imita a vida. Torcedor adora afagar e ter o time que ama afagado. E adoraria receber, como agradecimento pelo amor dedicado, presente planejado, pensado, imaginado, comprado e entregue, de preferência, antes do prazo. Mesmo que o regalo seja caro. Nada de lembrancinha fantasiada como moeda de troca que já chega sabendo que ficará encostado ou sairá na primeira oportunidade.

No futebol, tudo importa. Faz parte do pacote. Tem “presente” que em vez de agradar causa embrulho. Raiva. Mesmo o torcedor que não foi um bom menino durante todo o ano e não fez a sua parte, não apoiou, espera que a relação com o clube recomece do zero no ano que vem a partir do que chega ainda neste ano. Muitas vezes, na maioria delas, não é o que acontece, mas esse é o plano.

Quem fez, apoiou, ajudou e não recebeu quase nada em troca, espera que agora chegue a sua hora. É verdade que a compra de um reforço por impulso pode causar um sorriso imediato e pranto a prazo a perder de vista... Isso ocorre quando a aquisição é feita sem qualquer critério.

Tem muito “presente” caro que não combina com o clube; outros que servem para outros clubes, mas não são do tamanho do time que comprou; tem aquele presente que o torcedor sabe que foi comprado de última hora sem qualquer critério só para não passar em branco...

Para os clubes, saber com quem gastar é tão importante quanto economizar com quem não vale!

Fernando Pessoa: “Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho”.

Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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