Caneladas do Vitão: A tristeza do Pacaembu tem de ensinar a todos
Que a chocante imagem do Pacaembu ensine que somos todos do time dos seres humanos
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Neste mundo não tem professor, pra matéria do amor ensinar, nem tampouco se encontra doutor, dor de amor é difícil curar... Alô, povão, agora é fé! De todas as tristes imagens da pandemia a que mais me causa tristeza é a do Pacaembu transformado em hospital de campanha, com tendas que me remetem a imagens do clássico filme Platoon. Que tristeza!
Meu primeiro jogo, em 1982, aos 5 anos, com meu pai, de quem herdei o time de coração, foi no Pacaembu. Meu primeiro Dérbi, 3 a 0, fora o baile, em 1987, também. A primeira derrota, idem. As barracas da praça Charles Miller também testemunharam os primeiros porres.
Tenho histórias pessoais, profissionais, familiares, engraçadas, tristes, inesquecíveis, indiferentes. Memórias com amigos da escola, com colegas da bola, com jornalistas, namoradas, peguetes. Até Fla-Flu, no Pacaembu, eu vi!
Foi lá também o primeiro jogo em que levei o meu filho, Basílio.
A emoção de cobrir, ao lado do irmão, espelho e ídolo, o título da Libertadores do nosso time, foi vivida nesse estádio.
O mesmo Pacaembu em que chorei abraçado de alegria com o caçula Marcos Caju em 2012 é o que, abraçado à mana Marília, chorei, em 2007, na derrota para o Vasco que praticamente selou o rebaixamento corinthiano.
Fiz amizades, abracei desconhecidos, xinguei amigos sentados do outro lado da arquibancada. Antes de entender e execrar racismo e elitismo, foi no Pacaembu que aprendi, na prática, que somos todos iguais. Os palavrões mais gostosos de dizer foram aprendidos no estádio municipal de São Paulo.
Que a imagem triste, chocante e impactante do Pacaembu ensine a minha geração e a do meu filho que todos somos, independentemente da equipe do coração, do time dos seres humanos. E que dependemos uns dos outros.
Vai passar!
José Saramago: "Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória".
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!