Bola pro mato: Explosão de Covid-19 mostra que passou da hora de parar o futebol
Não é preciso esperar alguém morrer para que sejam tomadas medidas mais duras no esporte
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É chato ficar sem futebol. Os três meses que se passaram entre a rodada dos estaduais no final de semana de 15 de março e a goleada do Flamengo sobre o Bangu, em 18 de junho, na precipitada volta do Campeonato Carioca, mostraram como, para boa parte dos brasileiros, é difícil viver sem bolas nas redes, especialmente em um período de clausura em casa forçada pela pandemia do novo coronavírus.
Infelizmente, no momento, uma nova paralisação —não apenas do esporte bretão, mas das ligas de vôlei, basquete, tênis e de qualquer outra que envolva aglomeração de pessoas em um estádio ou em uma quadra— é a medida mais razoável a ser tomada.
O crescimento de infecções pela Covid-19 e no número de hospitalizados observado no Brasil e no mundo também tem feito estragos no futebol desde que a pelota voltou a rolar. Os tais protocolos de segurança de CBF, Conmebol ou Uefa já se mostraram ineficazes no combate ao vírus.
Nesta quarta-feira (18), nada menos do que 15 atletas do Palmeiras em quarentena desfalcaram a equipe em duelo da Copa do Brasil contra o Ceará. No Atlético-MG foram dez ausentes no jogo com o Athletico-PR, pelo Brasileiro, e um total de 25 infecções desde a retomada.
Nesta quinta (19), o Vasco, em seu segundo surto de contágio, perdeu sete atletas para o embate com o Fortaleza, pelo Brasileirão —o clube soma mais de 30 casos positivos desde junho.
Clubes como Flamengo, Internacional, Goiás e Coritiba, entre tantos outros das quatro divisões do Nacional, fazem (ou fizeram) malabarismos para colocar 11 jogadores em campo.
O Santos perdeu dez jogadores, fora o auxiliar Cuquinha, e o técnico Cuca, que ficou nove dias internado em um hospital.
Se os jogadores dificilmente acusam sintomas, é preciso pensar em suas famílias, técnicos e árbitros, geralmente mais velhos, gandulas, fiscais e demais funcionários envolvidos em partidas. Não é preciso esperar alguém morrer de Covid-19 para se conscientizar de que a vida vale mais do que qualquer dinheiro ou mero entretenimento.