A bola é um detalhe: Sim, claro, é vexame
Português Abel Ferreira aprendeu rapidamente a lógica palmeirense do "seu Paulistinha, meu Paulistão"
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Os titulares Patrick de Paula, Raphael Veiga, Rony e Luiz Adriano foram os jogadores acionados por Abel Ferreira no segundo tempo da partida do Palmeiras contra a Inter de Limeira. No último lance, até o goleiro Weverton estava no ataque para evitar mais uma derrota verde em casa.
Não evitou. Aí, ao apito final, o que era obviamente importante se tornou subitamente desimportante. Foi com a arrogância e a imaturidade do “não queria mesmo” que Abel lidou com a virtual eliminação do campeão sul-americano no Campeonato Paulista.
O português entendeu rapidamente a lógica palmeirense do “seu Paulistinha, meu Paulistão”. Se o Verdão levanta a taça, “que momento!”. Se chupa o dedo, o torneio não tem valor.
Eliminado, Ferreira experimentou uma repentina crise de consciência e revelou: “Só hoje estou a admitir pela primeira vez que é uma competição única e exclusivamente para dar oportunidade aos mais novos”.
Por que, então, os chiliques sobre o calendário apertado? O que você achou, Abel, da atuação dos garotinhos Felipe Melo e Willian na derrota para a Inter?
O técnico estava tão preocupado em dar chance aos jovens que improvisou dois laterais e um volante na zaga. Tudo para não escalar o beque Henri, de 19 anos.
A agenda saturada não é exclusividade do Palmeiras. Corinthians e São Paulo têm atuado com formações bem alternativas no Paulista e estão classificados.
Experimente, no entanto, chamar as coisas pelo nome. O ótimo comentarista Maurício Noriega o fez e está sendo massacrado por ter atestado o óbvio: é um vexame o dono da América do Sul cair na primeira fase do Estadual. Se é Paulistinha, mais vergonhoso ainda.
Mas boa parte da nação verde se vê imune a vexames. Abel, bem integrado à nova casa, chegou a celebrar a participação ridícula de seu time no Mundial, feliz por estar “entre os quatro melhores do mundo”.
Os vexames não apagam as glórias, eternas. É constrangedor, porém, o negacionismo do fracasso.