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Caneladas do Vitão - Mais ou menos: Historinha de anticontador para boi dormir

Não há limite moral nem travas éticas no ataque ao inimigo

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São Paulo

Futebol é uma guerra. E, na batalha de falsas narrativas, a lógica, a verdade e a decência são torturadas, espancadas, violadas e humilhadas sem comedimento, ética nem parcimônia.

Vale tudo. Como na política, não há limite moral nem travas éticas no ataque ao inimigo. Assim como canalhas corruptos que fazem rachadinhas e tomam o estado de assalto para atender caprichos particulares e familiares, a rapaziada que justifica todos os atos, inclusive os ilegais e indefensáveis, que partem do seu lado da trincheira, criminalizam até as estratégias corretas do inimigo.

Os mesmos que acusam um time de ganhar de graça um estádio são os que gritam que a dívida é impagável, como se fossem afirmações compatíveis. Ora, ou a arena foi dada e, pois, não há dívida, ou a construção é impagável.

Se um clube gasta o que não tem com Jonathan Cafu, Ramiro, Camacho, Mateus Vital e Léo Natel, jogadores que, tecnicamente, não acrescentam nada, sem causar chilique nem indignação nos rivais travestidos de contadores, não faz sentido a grita histérica quando esse mesmo clube, reduzindo a folha salarial, reforça o elenco com atletas tecnicamente muito superiores como Willian, Renato Augusto, Giuliano e (o supervalorizado) Roger Guedes. Não faz sentido, claro, partindo da falsa premissa que são críticas verdadeiramente preocupadas com a questão financeira e a futura sobrevivência do clube...

Na ciência inexata do futebol, mais gasto nem sempre é menos dinheiro no cofre. Até porque resultados esportivos, construídos por bons jogadores, geram premiações milionárias.

Certamente, para quem está preocupado com as finanças de um clube, seja o seu próprio ou um rival, o menor problema é o investimento em jogador que faz a diferença. Comprometedor é gastar dinheiro com quem não gera receitas nem títulos.

Imoral, absurdo e aviltante é ficar devendo para garotos da base, funcionários, atrasar salários e não recolher FGTS de empregados. Merece todas as críticas e sanções legais. Questionar jogadores que fazem mais por menos é só conta feita com o cotovelo dolorido.

Karl Marx: "Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça".

Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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