Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
"A cigana leu o meu destino, eu sonhei, bola de cristal, jogo de búzios, cartomante, eu sempre perguntei: o que será o amanhã? Como vai ser o meu destino?"
O combo música, cangibrina, agregados sanguessugas, companhias fúteis e aglomeração pandêmica em festão-ostentação fechado para 500 pessoas em Mangaratiba fez o repórter refletir com os seus parças se ele terá cabeça para trabalhar na Copa do Mundo de 2026, programada para o México, Estados Unidos e Canadá.
"Todo dia, sábado, domingo e feriado escrevendo, aguentando burocrata, crítica de leitor fascista, não sei se vou ter testículo [fino, ele se recusa a usar a expressão saco] para continuar nesta vida de jornalista", resmungou com os parças.
"É tóis, também não sabemos", responderam todos, afinal, após horas de reflexão, meditação e estudos antropológicos, sociológicos e filosóficos, chegaram à brilhante conclusão que ninguém, nem aspones, nem vagabundos, nem prima-donas, nem trabalhadores de qualquer área, jornalistas esportivos inclusos, são capazes de prever com cinco anos de antecedência onde e em que condições físicas, psicológicas, anímicas e profissionais estarão.
Egocêntrico ao extremo, o jornalista continuou refletindo se irá ou não ao Mundial-2026, se vai preferir ficar locado no Canadá, sediado nos Estados Unidos ou na sucursal do México, se vai cobrir o dia a dia da seleção brasileira ou se fará a cobertura dos adversários... E, autocentrado, o cronista esqueceu de pensar se estará empregado até lá e, mais, em caso positivo (toc, toc, toc), se será convocado/escalado para viajar em nome de sua empresa para trabalhar (para o veículo empregador e não para ele) na Copa do Mundo...
O jornalista pensou muito e, 18 segundos depois, percebeu que é muito cansativa essa coisa de trampar, ter responsabilidade e ter o trabalho público sendo analisado diariamente, sem direito a final de semana, férias... E, mesmo assim, renovou o contrato e agregou outros parceiros ao trabalho porque está cansado dessas coisas de adulto, mas não quer abrir mão, voluntariamente, de ser remunerado.
Nelson Rodrigues: "A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem".
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! No agora.com.br! E no youtube.com/blogdovitao!