Depois de ser o vilão da mesa dos consumidores paulistanos, o feijão-carioca teve nova queda de preços nos mercados da capital, segundo a pesquisa de preços da cesta básica do Procon-SP e do Dieese do mês de maio.

Em relação a abril, o quilo ficou 15,2% mais barato, passando de R$ 6,25 para R$ 5,30, em média. Na última pesquisa, a baixa havia sido de 2,39% e o item custava R$ 6,70.

Em fevereiro, o quilo chegou a custar mais de R$ 9 em São Paulo.

A professora de economia do Insper Juliana Inhasz diz que a variação de preços do feijão tem dois motivos.

“Até março, a forte alta foi sentida porque os produtores reduziram a área plantada para cultivar outros alimentos, uma vez que havia excesso de oferta. E as chuvas entre novembro e janeiro atingiram em cheio as lavouras, o que fez os preços dispararem. Agora, os valores estão se ajustando.”

Cesta básica ainda está cara

A pesquisa do Procon mostrou que, em maio, o valor da cesta básica paulistana recuou 0,3%, passando de R$ 738,85 para R$ 736,60. No ano, porém, a cesta básica já subiu 4,33%.

Frango

O frango subiu, chegando a 5,38%. Passou de R$ 6,69 para R$ 7,05 no último mês. Entre abril e maio, o quilo estava em R$ 6,57. Juliana diz que o aumento está ligado ao crescimento da procura da ave lá fora.

“Países como a China estavam com problemas com outros fornecedores, o que fez com que a importação do frango brasileiro aumentasse. Assim, o item aqui dentro ficou mais caro”, afirma.

Batata

Já a batata está mais leve no bolso. Entre abril e maio, o quilo caiu 15,63%, de R$ 6,59 para R$ 5,56. Para a professora do Insper, as altas também foram puxadas por questões climáticas.

“Tivemos um período, no final do ano, em que choveu pouco na região produtora. Depois, entre fevereiro e março, choveu muito. O resultado foi uma produtividade mais baixa e alta de preços.”

Confira as variações

• O paulistano está gastando menos para comprar feijão-carioquinha, que teve queda de 15,20% em maio
• O Procon-SP analisou os preços de itens da cesta básica no período de 2 a 31 de maio

O que ficou mais caro	Quanto subiu (em %)
Biscoito recheado	+ 7,69
Frango resfriado inteiro	+ 5,38
Biscoito maisena	+ 5,15
Açúcar refinado	+ 4,78
Amaciante	+ 4,73
Leite em pó integral e UHT (litro)	+ 4,06
Detergente líquido	+ 3,52
Arroz	+ 2,78
Biscoito água e sal	+ 1,92
Salsicha	+ 1,90

 

Principais motivos dos aumentos

Mercado externo

• Países como a China tiveram problemas com fornecedores de carne de frango e passaram a importar mais do Brasil

• Aumento da demanda para fora fez com que o produto aqui dentro ficasse mais caro

Alta do dólar

• No caso dos biscoitos, cuja base é o trigo, o aumento dos preços foi impulsionado pela alta do dólar

• O Brasil é importador de trigo: as empresas compraram o produto mais caro, nos meses de alta da moeda americana, e agora o preço está sendo repassado aos consumidores

O que ficou mais barato	Quanto caiu (em %)
Batata	- 15,63
Feijão-carioquinha	- 15,20
Presunto fatiado	- 4,52
Macarrão com ovos	- 2,29
Água sanitária	- 1,54
Queijo mozarela fatiado	- 1,54
Limpador multiuso	- 1,44
Desodorante spray	- 1,34
Carne de primeira	- 1,25
Ovos brancos	- 1,14

Principal motivo das quedas

Clima e lavoura

• Após a recuperação de períodos ruins para a safra que fizeram os valores dispararem, com a falta de chuvas nas regiões produtoras, o feijão está com os preços em queda

• Com oscilação de pouca e muita chuva entre o final do ano passado e o primeiro trimestre deste ano, a produção de batata também está voltando ao normal e os preços acompanham esse movimento

Como economizar na hora das compras?

• Pesquise: apesar de grandes redes de supermercados normalmente terem preços menores, há mercados de bairro em que o consumidor encontra produtos mais em conta

• Substitua itens: se o frango está caro, é possível trocar por carnes de segunda; se é o feijão que está caro, os ‘parentes’ ervilha e lentilha podem ser uma boa opção