As carnes de primeira e de segunda e os cortes suínos pressionaram a cesta básica na capital paulista no mês de abril, segundo pesquisa do Procon-SP em convênio com o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos).
De acordo com o levantamento, as carnes bovinas subiram cerca de 3%. Já a salsicha e a linguiça tiveram aumento de 8,13% e 6,51%, respectivamente.
Embora os itens de higiene pessoal tenham tido alta maior, o grupo alimentação é o que mais pesa na cesta. Em abril, a elevação na cesta de consumo com 39 itens foi de 1,25%. Os produtos saltaram de R$ 729,75 para R$ 738,85.
No caso das carnes, o motivo da elevação é a demanda maior por exportação. "As produtoras de proteína estão surfando na onda de lucro nas exportações por causa do dólar, o que esvazia a oferta interna", explica Thiago Berka, economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados).
Nas gôndolas, segundo o especialista, houve aumento em todos os tipos de carne, incluindo o frango, que costuma ser a alternativa do consumidor quando os demais cortes pesam mais no orçamento.
Dos bovinos, Berka diz que só a fraldinha e a alcatra tiveram queda nos supermercados, o que não alivia o bolso do consumidor, já que são cortes mais nobres, naturalmente mais caros.
Frango
A alta do frango deve ser percebida nos próximos meses. O preço médio do frango congelado no atacado, segundo a analista de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Maristela de Mello Martins, é de R$ 4,68, 52% a mais que em abril de 2018, quando as aves estavam mais baratas. O varejo, porém, só deve sentir os efeitos dessa alta mais severa nos próximos meses.
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