Aluguel de imóvel deve ficar mais caro nos próximos meses

Índice que calcula reajuste deve ter alta frente ao mesmo período do ano passado

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

São Paulo

Além dos gastos de final de ano, o brasileiro vai ter de se preocupar nos próximos meses com mais um item do orçamento: o aluguel.

O acumulado do IGP-M  (Índice Geral de Preços - Mercado), utilizado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, está em queda desde abril deste ano, mas deve voltar a subir entre novembro e dezembro.

“Nesse período do ano passado, tivemos uma queda fora do normal, puxada por fatores como a desvalorização da moeda. Agora, esperamos um aumento entre 3,5% e 3,7%”, explica André Braz, economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas).

O IGP-M, medido pelo instituto e divulgado sempre no último dia de cada mês, encerrou os últimos 12 meses até outubro com aumento de 3,15%. O índice vale para contratos em andamento, com aniversário em novembro e pagamento em dezembro.

“O momento é positivo para negociar, mesmo que a correção pelo índice não seja citada em contrato. Como há uma oferta grande de imóveis para alugar no mercado, o inquilino pode tentar um reajuste menor, mais flexível, com o proprietário”, diz o especialista do Ibre.

Braz ressalta que o cenário é favorável, sobretudo se a inflação oficial —medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)— continuar na tendência deste ano.

No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o IPCA ficou em 2,89%, abaixo dos 3,43% registrados nos 12 meses anteriores.

Taxa de condomínio também aumenta

O Icon (Índice de Custo Condominial), medido pelo Secovi (sindicato da habitação), teve alta acumulada de 4,64% nos últimos 12 meses até setembro, superior ao IGP-M do período.

Segundo a Acresce (associação dos condomínios), os itens que mais pesam no cálculo são tarifas públicas (como água e energia) e custos de pessoal (reajustes salariais de funcionários).

Mesmo não fazendo parte do cálculo da inflação do aluguel, sendo parâmetro para a cobrança das taxas de condomínio, o Icon tem ligado o alerta da Acresce.

“As oscilações do Icon estão equivocadamente atreladas ao IGP-M, que considera, entre vários fatores, a variação do dólar, que não tem nada a ver com custos condominiais”, diz Adonilson Franco, da Acresce.

“É preciso atuar junto ao estado e a sindicatos para negociar a favor do inquilino e do proprietário”, diz.

Inflação da locação | Contratos devem subir até o final do ano

  • O IGP-M, índice usado no reajuste da maioria dos contratos de aluguel, fechou outubro com variação acumulada de 3,15%

  • O valor corresponde ao acumulado dos últimos 12 meses, de outubro de 2018 a setembro de 2019

 Qual o impacto para inquilinos e proprietários? 

  • A tendência é que a inflação do aluguel suba mais nos próximos dois meses: novembro e dezembro

Por quê? 

  • No mesmo período do ano passado, o índice teve queda fora do normal, puxada por fatores como desvalorização cambial

  • Agora, são esperadas variações positivas entre 3,5% e 3,7%

Dica para o momento

Negocie

  • O mercado imobiliário não está aquecido, com oferta grande de imóveis para alugar

  • Assim, o inquilino que está com o contrato para vencer tem mais chances de negociar um reajuste menor com o proprietário

Como calcular o reajuste

  • Para contrato com aniversário em novembro e pagamento em dezembro, basta aplicar a fórmula:

R$ 2.000 (Valor atual do aluguel)

X

1,0315 (Fator de atualização do IGP-M)

=

R$ 2.063 (Novo valor do aluguel)

 Índice de Custo Condominial

  • O Icon (Índice de Custo Condominial) do Secovi-SP serve como parâmetro das variações dos custos dos condomínios residenciais

O que pesa mais no cálculo?

  • Tarifas de energia elétrica e água, por exemplo, e reajustes salariais

  • No mês de setembro (último dado disponível), fechou com alta acumulada de 4,64%, maior do que o IGP-M do período

  • Apesar de não compor a inflação do aluguel e incidir apenas sobre a taxa condominial, levanta um alerta para inquilinos e proprietários

Fontes: Secovi-SP (Sindicato da Habitação), André Braz (economista do Ibre-FGV) e Adonilson Franco, presidente da Acresce (Associação dos Condomínios Comerciais)

Notícias relacionadas