Veja dez dicas para economizar na conta de luz e pagar menos

Neste mês, a bandeira tarifária é amarela, que aumenta R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos

São Paulo

Durante o inverno, itens domésticos que ficam esquecidos voltam a ser usados com força total. Mas o que nem todo mundo se lembra é de que a conta de luz pode vir bem salgada. E, neste mês de julho, há ainda dois agravantes.

O publicitário Arthur Rodrigues Galeote Verechi, de 32 anos, e a designer de moda, Fernanda Bema, 28 anos, com seu bebê, economizam energia elétrica em casa
O publicitário Arthur Rodrigues Galeote Verechi, de 32 anos, e a designer de moda, Fernanda Bema, 28 anos, economizam energia elétrica em casa - Ronny Santos/Folhapress

O primeiro é que, para os consumidores residenciais atendidos pela Enel-SP (antiga Eletropaulo), incluindo os da capital, passou a valer uma alta de 6,48%, resultado da revisão tarifária da Aneel (agência de energia).

O segundo ponto é que está em vigor a bandeira amarela, que acrescenta R$ 1,50 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Wagner Carvalho, especialista em eficiência energética da empresa W-Energy, explica que o grande vilão da conta de luz nesta época do ano é o chuveiro elétrico.

"O ideal é tomar banhos rápidos e, se possível, optar por chuveiros eletrônicos, que consomem até 40% menos do que um elétrico."

A professora Ana Maria de Oliveira, 50 anos, fez a troca e adotou outras práticas para economizar no fim do mês. "Coloquei um timer [relógio] culinário para avisar minha filha do tempo no banho. Mudei a forma de estender a roupa, para não precisar passar, e desliguei a torneira elétrica da cozinha. Quando a louça está muito suja, fervo a água no fogão", afirma ela.

Carvalho diz que um dos itens que mais consomem energia elétrica passa despercebido: a geladeira.
"No inverno, a dica é deixá-la na potência baixa e nunca colocar roupas atrás. Além de fazer com que haja mais consumo de energia, o consumidor estará diminuindo a vida útil do motor."

O publicitário Arthur Verechi, 32, tem três geladeiras e ficou espantado ao receber uma conta de R$ 300.
"Como moramos apenas eu e minha esposa, achei o valor muito alto. Por isso, diminuí a temperatura dos equipamentos e o resultado foi positivo: a conta passou para R$ 180", afirma.

Arthur explica que a medida veio acompanhada de outras mudanças de hábito.

"Passei a usar menos o micro-ondas e a utilizar lâmpadas LED, que são muito econômicas. É uma questão de cultura, que muda quando você adota pensamento mais sustentável."

Aquecedor e secadora consomem muito

Para espantar o frio, muita gente recorre a equipamentos que dão mais conforto, mas que podem impactar a conta de luz.

"O aquecedor pode consumir tanto quanto um chuveiro elétrico. Se usado a noite inteira, pode fazer a conta dobrar em um mês. A dica ao usá-lo é evitar abrir portas e não deixá-lo ligado por longos períodos", explica Marcio Jolhben Wu, professor de finanças da Fecap.

"A secadora, combinada com o aquecedor elétrico, pode chegar a compor 50% da tarifa mensal", diz o especialista Wagner Carvalho.

"Apesar de a conta de luz não ser o maior gasto de uma família, se comparada a despesas como aluguel e alimentação, é onde dá para cortar", afirma Wu.

"Compare com o histórico de consumo de julho do ano passado e tente não ultrapassar esse valor."

ECONOMIZE ENERGIA ELÉTRICA NO INVERNO

  • Neste mês de julho, está em vigor a bandeira amarela; a tarifa tem acréscimo de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos
  • Além disso, as contas de luz para os 18 milhões de consumidores atendidos pela Enel-SP, antiga Eletropaulo (o que inclui a capital), tiveram aumento de 6,48% desde o dia 4 de julho
  • A alta é resultado da revisão tarifária periódica da Aneel, que acontece, em média, a cada quatro anos
  • Apenas com esse reajuste (sem contar os impostos e a bandeira), uma conta de luz residencial que era de R$ 100 passou a custar R$ 106,48 

CONFIRA AS DICAS

  1. Chuveiro elétrico? Tome banhos curtos e com temperatura razoável
  • Ao longo de um mês, um banho de 15 minutos por dia, para uma família de quatro pessoas, equivale ao consumo de mais de 400 lâmpadas ligadas por uma hora, o que corresponde a cerca de R$ 100 na conta
  • A resistência queimou? Troque. Fazer remendos, além de ser perigoso, desperdiça energia

2.  Use o aquecedor moderadamente

  • O aparelho pode chegar a preencher um terço do gasto doméstico com eletricidade no inverno
  • Utilize-o quando estiver no ambiente e desligue-o quando chegar à temperatura ideal

3. Vai viajar? Desligue a chave geral

  • Assim, você não gasta nem com as luzes dos aparelhos em stand-by (televisão, rádio e micro-ondas); não se esqueça de esvaziar a geladeira

4. Enxugue bem o cabelo antes de usar o secador

  • Também vale para chapinha e babyliss, que são aparelhos que consomem muita energia

5. Lavar louça com água quente? Só no enxágue

  • Use água fria para ensaboar pratos e copos e deixe a água quente para o enxágue
  • Peça para que um eletricista verifique a potência da torneira e a ligação elétrica, para que não haja sobreaquecimento da tomada

6. Roupa atrás da geladeira desperdiça energia

  • No inverno, as roupas demoram para secar no varal e muita gente recorre a essa “técnica”
  • Além de o motor do aparelho não ser feito para isso, há alto risco de choques elétricos

 7. Use a máquina de lavar apenas na capacidade máxima

  • Coloque somente a quantidade de sabão recomendada, evitando repetir a operação enxágue
  • Quanto às secadoras, utilize-as apenas quando realmente necessário; elas são uma das vilãs da conta de luz

8. Use os eletroeletrônicos adequadamente

  • Não deixe a TV ligada se ninguém estiver assistindo; não mantenha o celular o tempo todo carregando; não use o micro-ondas apenas como “relógio”
  • Esses pequenos hábitos, se eliminados, podem trazer bons resultados para o bolso no final do mês

9. Sem passar sufoco

  • Ao usar o ferro, tente passar o máximo de roupas possível e use a temperatura indicada para cada tipo de tecido
  • O aparelho consome muita energia cada vez que é ligado

10. Troque lâmpadas antigas

  • As versões mais econômicas ajudam a reduzir o consumo de energia em até 80%, além de terem preço mais em conta
  • Lâmpadas LED, embora sejam um pouco mais caras, são mais eficientes do que as de luz branca e duram até 20 anos; a longo prazo, vale a pena

Fontes: Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Enel-SP

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