Veja dicas para colocar as contas no azul neste ano

Especialistas mostram como sair do aperto e se manter tranquilo no novo ano

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São Paulo

Para cerca de 61 milhões de brasileiros, o ano de 2020 começou com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas, segundo a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).

Em um país onde, segundo o Serasa Consumidor, 41% dos brasileiros se consideram organizados financeiramente, é indispensável que o cidadão saiba diferenciar o que é ilusão e realidade.

Começo de ano também é hora de colocar a mão no bolso para pagar as despesas típicas desta época, como o IPVA e IPTU, além da compra do material escolar

Independentemente de ser por meio de um aplicativo de gerenciamento financeiro ou da velha caderneta de papel, descubra quanto você tem de gastos obrigatórios por mês somando todas as suas contas fixas mensais, como luz, aluguel, água, internet, telefone, algum remédio que é sempre usado, transporte, impostos, almoço etc.

Agora não é o momento de incluir aquelas compras da cervejinha, de uma roupa ou mesmo de um curso que pensa em iniciar neste ano. E aí sim, se o resultado for maior do que a sua renda, você está no vermelho.

 

“Se já está no vermelho, ainda assim essa pessoa tem de ter a ideia de quão endividada ela está e para onde está sendo direcionado esse dinheiro. Tente não entrar no crédito rotativo do cartão de crédito e no cheque especial, mas em um empréstimo consignado ou pessoal, orienta José Vignoli, educador financeiro do SPC.

Com esse mesmo cálculo é possível saber quanto dinheiro será necessário para se manter em 2020. E se for necessário arredondar, que seja sempre para cima, afinal é melhor errar para mais do que para menos.
“Sempre que for fazer esse planejamento a pessoa pode ser mais pessimista, pois assim ela terá uma margem segura”, conta Vignoli.

Contas no azul não necessariamente significam que tudo está bem: além de pagar seus boletos, é importante ter uma poupança. Se todo seu crédito está sendo direcionado para o consumo, isso também deve ser revisto.

Um tipo de consumo preocupante é, por exemplo, uma televisão nova, um celular de última geração ou roupas da moda. 

É importante evitar comprar por impulso ou se deixar levar pela imagem de felicidade e abundância típicas das redes sociais, afirma Vignoli. “Não é porque todo mundo está de férias no Facebook que todos estão bem. Existem prioridades: se é comprar material da faculdade, pagar casa própria ou dívidas, faça isso. Não saia de férias só porque todo mundo sai de férias.”

Mas há como se divertir sem se endividar. Carlos Terceiro, proprietário do aplicativo de gerenciamento financeiro Mobills, sugere que a chave é planejar com antecedência e dividir não só a alegria, como também as despesas. “Procure promoções e lugares que vendam em atacado.”

Não compre por impulso


Poupe sempre. De acordo com o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, o ideal é guardar pelo menos 10% da renda para conseguir construir independência financeira. 

Mas se não for possível, procure pagar à vista ou peça descontos. “Um grande problema do brasileiro é a vergonha na hora de negociar, assim, deixe esse receio de lado, não há erro nenhum em buscar o melhor preço. Se um produto custa R$ 1.000 e pode ser parcelado em dez vezes de R$ 100, certamente à vista custará de 10% a 20% menos,” diz.

Dívidas

Nem sempre ter dívidas é um problema. Para Domingos, o perigo está em não conseguir pagar as prestações em dia e se tornar inadimplente, afinal prestações também são formas de endividamentos, já que comprometerão recursos futuros.

“Se você financiou um carro, obteve crédito no mercado e agora tem uma dívida, por exemplo. Se por algum motivo deixar de pagar as parcelas, além de continuar endividado, você também se tornará inadimplente”, afirma.

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