Descrição de chapéu INSS Previdência

INSS tem 108 mil pedidos de salário-maternidade atrasados

Fila de espera acima do prazo de 45 dias também afeta pedidos de aposentadorias

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São Paulo

Inalterado pela reforma da Previdência e, portanto, sem necessidade de ter seu sistema de concessão adaptado a novas regras, o salário-maternidade é um dos benefícios que engrossam a fila de espera do INSS.

No Brasil, existem 108,3 mil solicitações deste tipo aguardando análise por um período acima do prazo oficial de 45 dias.

Considerando todos os benefícios previdenciários, o país possui cerca de 1,3 milhão de requerimentos com tempo de espera além do limite, entre os quais também estão aposentadorias e auxílios-doença. 

O INSS justifica que está trabalhando para acelerar a liberação dos pedidos de salário-maternidade. 

Ao longo do segundo semestre de 2019, houve queda no tempo médio de concessão, passando de 73 dias, em setembro, para 63 dias, em janeiro, informou o órgão, em nota.

Apesar da redução, a espera, assim como o número de requerimentos aguardando a concessão, estão além do aceitável, segundo a presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriane Bramante.

“São números impressionantes, principalmente quando se trata de pessoas que podem ter nesse benefício a sua única fonte de renda”, comenta a especialista.

A demora na concessão prejudica desempregadas e trabalhadoras domésticas, rurais e autônomas que se afastam das suas atividades por motivo de parto, aborto espontâneo (ou previsto em lei) e adoção.

Trabalhadoras formais, que solicitam o benefício à empresa, permanecem recebendo o salário pago pelo empregador durante o afastamento. Nestes casos, o governo compensa os empregadores.

O atendimento no INSS passa por uma crise por falta de funcionários. Entre 2016 e 2019, o quadro caiu de 33 mil para 23 mil.

A redução de pessoal ocorreu, principalmente, pela aposentadoria de servidores, sem a reposição das vagas por meio da abertura de novos concursos públicos.

O atraso nas concessões do salário-maternidade é parte do caos que afeta as análises dos benefícios do INSS e pode exigir medidas judiciais, segundo especialistas em Previdência. 

“Está tudo atrasado”, diz o advogado Roberto Dias. “O INSS virou um caos.”

Em casos em que o início da renda é essencial, Dias recomenda que o pedido ocorra na Justiça, por meio de um mandado de segurança. Nesta ação, o juiz poderá obrigar o órgão a analisar o pedido imediatamente. 

Para a advogada Paula Michelle de Oliveira Assumpção, além do mandado de segurança, é importante mover uma ação com pedido de decisão liminar (antecipação provisória dos pagamentos).

“Essa ação irá garantir o depósito dos valores atrasados quando o direito for reconhecido", orienta a advogada.

Para amenizar a crise da falta de pessoal no INSS, a gestão do presidente Jair Bolsonaro anunciou a contratação temporária de 7 mil pessoas, que serão selecionados entre servidores civis inativos e militares da reserva.

SALÁRIO-MATERNIDADE | ENTENDA
O salário-maternidade é um benefício destinado à pessoa que se afasta do trabalho por motivo de nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção ou adoção
  
Quem pode pedir

  • Empregada MEI (Microempreendedor Individual)
  • Desempregada, desde que mantenha qualidade de segurado
  • Empregada doméstica
  • Empregada que adotar criança;
  • O cônjuge, nos casos de falecimento de quem possui direito ao benefício 

Exigências
Dependendo da situação do segurado, é necessário ter uma quantidade mínima de meses trabalhados (carência):
 

  • 10 meses: para quem trabalha por conta própria, é contribuinte facultativo ou é segurado especial (rural)
  • Isento : para empregados (CLT), empregado doméstico e trabalhador avulso

 
Desempregados

  • Quem estiver desempregado no momento do afastamento precisa comprovar a qualidade de segurado do INSS e, conforme o caso, ter cumprido carência de 10 meses trabalhados
  • Havendo perda da qualidade de segurado, deverá cumprir metade do período da carência, ou seja, cinco meses

Quando e onde pedir
 

Evento gerador Tipo de trabalhador Onde pedir Quando pedir
Parto Empregada (só de empresa) Na empresa A partir de 28 dias antes do parto
Parto Desempregada No INSS A partir do parto
Parto Demais seguradas No INSS A partir de 28 dias antes do parto
Adoção Todos os adotantes No INSS A partir da adoção ou guarda para fins de adoção
Aborto não criminoso Empregada (só de empresa) Na empresa A partir da ocorrência do aborto
Aborto não criminoso Demais trabalhadoras No INSS A partir da ocorrência do aborto


Como pedir para o INSS

  • Acesse o portal do Meu INSS (aplicativo ou no site meu.inss.gov.br)
  • Se não tem a senha, clique em “Cadastre-se”
  • Será preciso responder a algumas perguntas sobre suas contribuições ao INSS
  • A senha gerada deverá ser alterada no primeiro acesso
  • Procure a opção “salário maternidade” e siga os passos até finalizar a solicitação

 
Telefone
O pedido também pode ser feito pelo telefone 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h
 
Automática
Esta solicitação poderá ser concluída (aprovada ou negada) sem a necessidade de comparecimento a uma agência do INSS

No posto
Caso o INSS peça, compareça ao local indicado com os documentos originais solicitados pelo INSS. Veja abaixo a relação de alguns documentos que podem ser solicitados pelo órgão, dependendo do caso:
 

  • Procuração ou termo de representação legal, documento de identificação com foto e CPF do procurador ou representante (se houver);
  • Documentos pessoais do interessado com foto;
  • Carteira de trabalho , CTC (Certidão de Tempo de Contribuição), carnês, documentação rural
  • Certidão de nascimento da criança (quando houver)

 Documentos específicos

  • A trabalhadora que se afasta 28 dias antes do parto deve apresentar atestado médico original, específico para gestante
  • Em caso de guarda , deve apresentar o Termo de Guarda com a indicação de que a guarda destina-se à adoção
  • Em caso de adoção, deverá apresentar a nova certidão de nascimento expedida após a decisão judicial

Duração

  • O período de pagamentos do benefício depende do motivo que deu origem à concessão:
  • 120 dias, nos casos de parto, adoção ou guarda judicial para fins de adoção (o adotado deverá ter no máximo 12 anos de idade)
  • 14 dias, no caso de aborto espontâneo ou previstos em lei

Fonte: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

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