Confira como o aposentado sai da fila dos devedores
São 6,73 milhões de consumidores acima dos 65 anos com nome sujo; no país, há 61,3 milhões de endividados
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O país terminou o mês de janeiro com 61,3 milhões de consumidores com o nome negativado. Dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil mostram que a maior alta da inadimplência é observada entre os idosos, especificamente na faixa etária dos 65 a 84 anos.
O aumento foi de 5,35% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ao todo, são 5,95 milhões de idosos entre 65 e 84 anos devendo. Quando se soma os que têm até 94 anos, o total sobe para 6,73 milhões.
Na década, a alta da participação dos mais velhos na lista de endividados também chama a atenção. Era de 5,94% dos devedores em janeiro de 2010, saltando para 9,71% em 2020.
O SPC Brasil diz que um dos fatores que levam os mais velhos a esta situação é o empréstimo do nome para que outras pessoas, geralmente da família, consigam dinheiro com os bancos.
Na modalidade do crédito consignado, de fácil aprovação entre os aposentados e pensionistas do INSS, o valor das parcelas é debitado diretamente da folha do benefício. A cobrança de juros geralmente é mais baixa, pois nesta categoria o risco do calote é menor.
Ainda de acordo com o levantamento, feito mensalmente pelas entidades de proteção ao crédito, houve, no período de um ano, uma queda expressiva, de -20,17%, no volume de consumidores com o nome sujo entre 18 aos 24 anos. A diminuição também foi constatada entre os que têm de 25 a 29 anos (-10,08%) e aqueles que estão na faixa dos 30 aos 39 anos (-1,76%).
Tipos de dívida
As dívidas com bancos representavam 52,71% do total de boletos em atraso em janeiro de 2020. À frente de despesas com o comércio (17,45%), empresas de comunicação (11,96%), água e luz (9,86%) e outros (8,01%). As porcentagens refletem todas as faixas etárias, de todas as regiões do país.
O número médio de dívidas do brasileiro foi de 1,846 no mês passado. Neste quesito, os idosos integram as únicas faixas de idade abaixo da média. Para os que têm entre 65 e 84 anos a média foi de 1,611, e entre os que têm de 85 a 94, de 1,28.
Como sair do endividamento
Para sair da fila das dívidas, os especialistas indicam algumas ações. Dentre as principais estão não fazer empréstimos para repassar a grana aos parentes.
Segundo estudos do próprio SPC Brasil de anos anteriores, muitas vezes, a aposentadoria é a única renda formal de uma casa, o que garante a facilidade em se tomar crédito consignado.
O fato é que, com o desemprego, o empréstimo nem sempre é pago pelo parente e o idoso fica com dificuldades para quitar outras contas, indo parar na fila dos devedores.
Segundo Carlos Terceiro, da Mobills, empresa de gestão de finanças pessoais, um dos passos para sair do endividamento e conseguir colocar o orçamento em diaé limitar o orçamento.
De acordo com ele, estabelecer cotas mensais fixas para as despesas reduz as chances de gastar demais. Para isso, o idoso terá de saber exatamente quanto ganha e quanto gasta, além e cortar itens que não forem tão necessários.