Servidores da Prefeitura de SP protestam contra reajuste maior para não concursados

Projeto aprovado nesta terça (26) prevê criação de cargos comissionados com reajuste salarial de 30%

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São Paulo

Os servidores da Prefeitura de São Paulo protestaram, nesta terça-feira (26), contra três projetos de lei pautados na Câmara Municipal, que alteram regras do funcionalismo e mexem com a estrutura das carreiras. Os textos preveem, além de reestruturação das carreiras, criação de cargos comissionados e regulamentação de gratificações.

O principal deles, que aumenta o salários de cargos comissionados em até 30% sob a justificativa corrigir a defasagem, foi aprovado pelos vereadores por 35 votos a favor e 20 contra. Agora, o projeto vai para a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Segundo o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), outra mudança proposta é a reestruturação a carreira de servidores administrativos e agentes de apoio, estes concursados, com reajuste salarial de apenas 10%.

Servidores da Prefeitura de SP protestam nesta terça (26) contra pacote que muda carreira e férias - Sindsep/Divulgação

A manifestação foi organizada às pressas pelas entidades representantes dos trabalhadores na noite de segunda-feira (25) após os PLs (Projetos de Lei) 650, 651 e 652 serem incluídos na pauta de votação da Câmara Municipal desta terça, sendo que apenas o segundo chegou a ser apreciado.

O primeiro projeto cria o novo QMB (Quadro de Pessoal de Nível Médio e Básico), onde os servidores que trabalham como assistentes de gestão e agentes de apoio terão direito a plano de carreira​. Assim, esses funcionários poderão subir de categoria e nível, como uma evolução, aumentando o salário.

Entretanto, os critérios para promoção e progressão da carreira não estão claros no projeto e, caso o texto seja aprovado, serão regulamentados em até 120 dias após a publicação da lei. Para os servidores, a medida seria um tiro no escuro, já que, dependendo das regras a serem criadas, a progressão e o consequente reajuste salarial podem ficar muito longe.

A segunda proposta, aprovada nesta terça, prevê a criação de um novo quadro de cargos comissionados em órgãos da administração pública municipal direta com a previsão de postos de direção e assessoramento. Ainda que o texto diminua e simplifique os níveis para estes funcionários, ele dá autonomia para a prefeitura distribuir cargos em comissões existentes desde que não causa aumento da despesa.

O projeto garante ainda um percentual de servidores concursados em cada comissão. Entretanto, os comissionados terão reajuste na remuneração em até 30%, enquanto aqueles que ingressaram por meio de concurso terão aumento de aproximadamente 10%.

Já a terceira proposta aumenta o valor dos vales refeição e alimentação, entre outras gratificações, como incentivo para professores que trabalham em área de risco. No entanto, o mesmo texto prevê a redução das faltas abonadas (de dez para seis) com compensação e muda o critério de concessão de férias --ao invés de ser anual, passaria a ser proporcional aos dias trabalhados.

O pacote com os três projetos foi enviado ao Legislativo pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em setembro junto com a reforma da Previdência municipal. Entretanto, mesmo com algumas mudanças vistas como positivas pelo funcionalismo, outras retiram direitos.

Servidores da Prefeitura de SP protestam nesta terça (26) contra pacote que muda carreira e férias - Sindsep/Divulgação

"Os principais pontos dos projetos envolvem nossa reestruturação de carreira, o que não seria de todo ruim, mas possui outros projetos que prejudicam principalmente as faltas abonadas, a forma das férias", destaca Denis Dantas do Carmo, presidente da Amaasp (Associação de Assistentes de Gestão de Políticas Públicas e Agentes de Apoio).

Outras duas manifestações estão marcadas para esta semana. A primeira será nesta quarta-feira (27) contra a reforma da Previdência Municipal. A outra será na quinta-feira (28), Dia do Servidor Público, e reunirá servidores municipais, estaduais e federais.

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