Santos registra 1º caso de sarampo no estado desde 2000
Segundo a prefeitura, menina de 4 anos foi contaminada sem ter saído da cidade
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A cidade de Santos (72 km de SP) registrou o primeiro caso autóctone de sarampo no estado de São Paulo, desde que a circulação endêmica da doença foi interrompida no ano de 2000.
Neste período, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, gestão João Doria (PSDB), ocorreram “casos esporádicos”, trazidos por estrangeiros que vivem em regiões do mundo em que o controle da doença ainda não foi atingido.
O secretário municipal de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, disse que uma menina de 4 anos foi contaminada sem ter saído da cidade e também sem ter tido contato com outra pessoa contaminada. “Confirmamos o caso dela na segunda-feira (25). Imediatamente realizamos bloqueios vacinais na escola onde a menina estuda e na região onde mora”.
A criança foi afastada das aulas da rede municipal de ensino, até que fique curada do sarampo. Ferraz afirmou que cerca de 200 pessoas, entre alunos e funcionários, foram vacinados na unidade de ensino, além de cerca de 300 pessoas que moram perto da garota, no bairro Macuco.
Desde 18 de fevereiro deste ano, segundo a Saúde estadual, 21 casos de sarampo foram registrados, referentes a um surto da doença no cruzeiro Seaview, da MSC, que atracou no porto da cidade. “Quando foi confirmado o contágio no navio, iniciamos uma campanha no porto, para vacinar pessoas que embarcam no cruzeiro”, afirmou o secretário.
Até o momento, cerca de 44 mil pessoas que embarcaram no navio da MSC foram imunizadas. O governo municipal irá aplicar, neste sábado, cerca de 4.000 vacinas em passageiros que irão viajar no cruzeiro. “Será o último bloqueio de vacina neste caso”, acrescentou o secretário.
Dos 21 casos confirmados por conta do cruzeiro, dois deles são de um morador de Santos, de 21 anos, contaminado “por importação” e uma funcionária da prefeitura, de 52 anos, que foi ao navio para atender aos casos de sarampo na ocasião.
SINTOMAS E TRATAMENTO
O professor Aluísio Segurado, titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), explicou que o sarampo é uma doença transmitida pelo ar. “Quando a pessoa está infectada, um espirro ou tosse pode transmitir o vírus”.
Ele disse que, após o contágio, demoram entre uma e duas semanas para que os primeiros sintomas da doença se manifestem. São eles: febre de até 40 graus, olhos lacrimejando, nariz escorrendo, além de tosse. “Depois deste quadro, começam a aparecer as manchas na pele”, afirmou. As manchas começam no couro cabeludo e em até três dias, descem para o rosto, pescoço, peito, atingindo todo o corpo.
O especialista falou que o tratamento contra a doença se resume em dar antitérmicos para controlar a febre e “muita hidratação”. “Em casos mais raros, pode ocorrer do paciente ter pneumonia bacteriana secundária, o que pode matar. Há também situações, mais raras ainda, em que a doença atinja o cérebro, infeccionando o sistema nervoso”, explicou o especialista.
SEM CERTIFICADO DE ERRADICAÇÃO
O Brasil vai perder o status de país livre do sarampo, após um ano sem conseguir interromper a transmissão da doença. A informação foi confirmada no último dia 19 pelo Ministério da Saúde, após o registro de um novo caso da doença no Pará.
Por conta disso, o Brasil vai perder o certificado internacional de eliminação da doença, concedido em 2016 pela Opas (Organização Pan-americana de Saúde).
SAÚDE DIZ QUE VACINOU CRIANÇAS
A Secretaria Estadual de Saúde, sob gestão de João Doria (PSDB), afirmou que o estado de São Paulo ultrapassou a meta de vacinar 95% das crianças contra o sarampo, durante campanha de imunização do ano passado.
“Foram vacinadas mais de 2,1 milhões de menores na faixa de 1 ano a menores de 5 anos, o que corresponde a 97% do público-alvo”, diz a pasta. Sobre a Baixada Santista, a pasta afirma que a cobertura na campanha foi de 99,3%.
“Em 2018, por exemplo, São Paulo registrou apenas três casos confirmados, sendo um importado da Ásia Ocidental e outros dois do estado do Amazonas.”