Falta de pontualidade é a principal reclamação na EMTU

Ao dia, foram feitas 15 queixas, em média, no primeiro bimestre em ônibus intermunicipais

William Cardoso e Elaine Granconato
São Paulo

A falta de pontualidade dos ônibus do transporte público intermunicipal se manteve como a principal queixa dos passageiros neste primeiro bimestre. No total, foram registrados 908 casos, que representaram 15 por dia. Em 2018, a reclamação também foi a recordista em janeiro e fevereiro.

Outros dois pontos que chamam a atenção ficam por conta dos aumentos de 53,2% no número de críticas sobre direção perigosa do motorista ao volante (79 para 121) e de 47,6% nas queixas sobre as condições físicas dos coletivos intermunicipais (143 para 211).

A lista tem 2.771 queixas, incluindo casos de superlotação, itinerário e aumento de tarifa, entre outros. O número aponta um crescimento de 12,2% no primeiro bimestre deste ano, na comparação ao período de 2018.

pessoas em pé em fila
Passageiros aguardam para embarque em ônibus intermunicipal na estação Armênia do Metrô. Principais queixas são falta de pontualidade e postura dos motoristas e cobradores. - Ronny Santos/ Folhapress

As empresas são autuadas de acordo com a legislação em vigor, em caso de comprovação das reclamações.

Os dados foram levantados com exclusividade pela reportagem e fazem parte dos relatórios do CAC (Centro de Atendimento ao Cliente) e da Ouvidoria da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que é responsável pelo gerenciamento dos ônibus intermunicipais em cinco regiões do estado e vinculada à Secretaria de Transportes Metropolitanos, sob a gestão de João Doria (PSDB).

Líder em críticas dos passageiros, a falta de pontualidade dos coletivos foi ressaltada pela estudante Marina Alves, 18 anos, que reside em Guarulhos (Grande SP) e diariamente se locomove para a capital, onde faz o curso técnico profissionalizante de hotelaria. “O problema implica em superlotação, uma vez que os ônibus atrasam ou demoram”, diz.

Universitária Rebeca Ribeiro Alves de Assis, 20 anos, também reclama da superlotação dos ônibus como consequência da falta de pontualidade. “É um problema diário que enfrentamos.”

Fisioterapeuta lista problemas

A fisioterapeuta Monique Helen Pimentel, 24 anos, que reside em Guarulhos (Grande SP) e trabalha no bairro Morumbi (zona oeste), engrossa a lista dos reclamantes nos canais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).

“Eu sou uma das que já registram queixas, sem dúvida”, diz, convicta, a profissional da área da saúde, enquanto espera pelo ônibus no Terminal Metropolitano Armênia (região central).

E em segundos vai elencando os problemas. “Os ônibus são tão cheios nos horários de picos que muitos passageiros vêm pendurados nas portas”, conta. E acrescenta: “Os veículos são velhos e quebram pelo caminho”, relata.

Ainda segundo a fisioterapeuta, há casos de ônibus com bancos rasgados. “Outros com os velocímetros quebrados, que obrigam os motoristas a dirigirem às cegas”, afirma.

Passageiros também se queixaram da redução da frota nos fins de semana. Em alguns casos, a espera chega a ser de até 1h30 no ponto.

Estudante de pós-graduação de história na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) de Guarulhos (Grande SP), Carlos Thaniel Moura, 28 anos, é outro que já reclamou por e-mail. “Só que nunca dá em nada”, lamenta, ao criticar o reajuste da tarifa, além da falta de cobertura e de bancos em um dos corredores do terminal Armênia.

Resposta
A Secretaria de Transportes Metropolitanos, da gestão João Doria (PSDB), diz, em nota, que licitação será publicada até o fim do semestre para modernização da frota e aprimoramento do atendimento.

A pasta determinou que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) “intensifique as fiscalizações”. Quando ao descumprimento de horário, a EMTU diz que “fatores externos, como congestionamentos” interferem na operação, caso do tráfego na rodovia Presidente Dutra.

Em relação ao Terminal Armênia, a EMTU estudará possíveis melhorias na infraestrutura das plataformas externas.

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