Polícia prende suspeito de vender arma usada em massacre
Homem de 37 anos conhecia a dupla que invadiu escola de Suzano
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A polícia prendeu na tarde desta quarta-feira (10) em Suzano (Grande SP) um homem de 37 anos acusado de vender o revólver usado no massacre da Escola Estadual Raul Brasil, que deixou dez mortos, incluindo a dupla de atiradores, em 13 de março. A prisão foi confirmada pela Polícia Civil.
Uma das autoridades que apuram o caso informou que investigações ligaram o agora preso à venda do revólver calibre 38 usado por Guilherme Taucci Monteiro, 17, apontado como o líder do massacre. “O acusado trabalha na própria casa, onde há um desmonte de carros velhos. Ele também conta com histórico criminal e conhecia a dupla que protagonizou o massacre na escola”, revelou a autoridade.
A prisão ocorreu na casa do acusado. O endereço e as circunstâncias da prisão não foram informados, pois o caso corre em segredo de Justiça.
Antes desta prisão, a polícia já havia apreendido um terceiro suspeito de participar do planejamento do ataque a tiros na escola, seis dias após o massacre. O jovem de 17 anos, que é ex-aluno e também estudou na mesma sala de Guilherme Taucci, foi apreendido após a polícia analisar os celulares dele e dos dois atiradores. Mensagens trocadas entre os três mostraram à Justiça indícios concretos da participação do jovem na organização do crime. Ele está na Fundação Casa.
O massacre
A Escola Estadual Raul Brasil foi palco de um dos piores massacres ocorridos em escolas no Brasil. Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro invadiram o local e atiraram contra ex-colegas e funcionários da unidade de ensino usando um revólver, carregadores, uma arma medieval e uma machadinha.
Morreram os estudantes Kaio Lucas da Costa Limeira, Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino e as funcionárias Marilena Ferreira Umezu e Eliana de Oliveira Xavier.
Antes de irem à escola, Luiz Henrique e Guilherme foram a um lava-jato, às 9h30, e atiraram no proprietário, que era tio de Guilherme e teria descoberto o plano da dupla. Eles, então, entraram em um carro alugado, um Onix branco que aparece em imagens de câmeras de vigilância.
Na sequência, os dois foram até o colégio, na mesma rua, onde chegaram por volta das 9h40. Um vídeo de câmera de segurança mostra que o primeiro a entrar foi Guilherme. Vestido de preto, usando um lenço com estampa de caveira e com uma mochila, ele sacou um revólver e começou a disparar em direção a um grupo de alunos e da coordenadora pedagógica, Marilena Ferreira Umezu, uma das vítimas.
Com a chegada da polícia, Guilherme atirou em Luiz Henrique e se matou na sequência.
O crime ocorre em meio ao debate sobre posse de armas e chama a atenção por ter sido cometido em dupla e longamente planejado. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) lamentou o atentado seis horas após ocorrido.