Cresce o número de furtos e roubos nas escolas estaduais
As unidades de ensino de SP registraram 1.782 casos de furtos e 132 assaltos no ano passado
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Os roubos e furtos aumentaram nas escolas estaduais de São Paulo em 12,8% e 18,1%, respectivamente, entre 2017 e 2018. No ano passado foram 132 assaltos _15 a mais que no ano anterior. Em relação aos furtos, foram registrados 1.508 em 2017 e 1.782 no ano passado. Os dados são da Secretaria Estadual de Educação e foram encaminhados via Lei de Acesso à Informação.
Entre 2014 e o primeiro semestre deste ano, 973 unidades de ensino, hoje sob a gestão João Doria (PSDB), foram alvo de roubos e 8.407 de furtos em todo o estado. Considerando o período, isso corresponde a 14,7 roubos e outros 127,3 casos de furtos por mês nas escolas estaduais.
Em Mauá (Grande SP), a Escola Estadual Professora Diva Gomes dos Santos está entre as unidades que foram furtadas por criminosos. Em julho de 2018, foram levados quatro metros de fios da câmera de monitoramento da unidade de ensino. Segundo o registro policial, não foi a primeira vez que isso ocorreu no local. Furtos são rotineiros na instituição de ensino, pois só neste ano já ocorreram outros quatro.
No dia 24 de janeiro deste ano, a diretora da escola chegou para trabalhar e constatou que o imóvel estava sem eletricidade. Quando a educadora foi até o relógio de medição de energia, verificou que ele havia sido furtado, além do sumiço de 50 metros de cabos de energia.
As invasões na escola de Mauá não pararam por aí. Entre 27 de agosto e o último dia 9, ladrões furtaram da unidade 20 torneiras, 120 metros de fios, um computador, uma central de alarme e a bateria do alarme de incêndio da escola.
Os dados enviados à reportagem do Agora ainda mostram que os furtos em escolas aumentaram 21,4% quando comparados os 1.467 casos de 2014 com os 1.782 do ano passado. No primeiro semestre de 2019 foram registradas 740 ocorrências. Já os roubos diminuíram 55% considerando os 287 casos de 2014 e os 132 de 2018. No primeiro semestre deste ano foram 40 crimes do gênero.
Sindicato diz que falta infraestrutura
A presidente da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual), Maria Izabel Noronha, afirmou que as escolas paulistas "são vulneráveis" por conta da falta de infraestrutura material e humana.
"Os governantes instalam câmeras de monitoramento nas escolas, beleza. Mas se ninguém fica no local para garantir a segurança, os equipamentos vão somente registrar os crimes, sem inibir [roubos e furtos]", disse Maria Izabel.
Ela afirmou defender a realização de rondas pela polícia no entorno das unidades. No entanto, também sugere que as escolas tenham "caseiros", para que eles permaneçam nos locais dia e noite, com o intuito de inibir a ação de criminosos e, caso ocorram invasões, entrarem em contato com a Polícia Militar imediatamente.
A presidente da Apeoesp ponderou ainda que é mais barato para o governo do estado investir na contratação de um zelador do que repor materiais levados insistentemente por ladrões das unidades de ensino.
"Isso faria com que os números apresentados [nesta reportagem] diminuíssem brutalmente", afirmou.
Resposta
A Secretaria Estadual de Educação, gestão João Doria (PSDB), lamentou os furtos ocorridos na Escola Estadual Diva Gomes dos Santos, em Mauá (Grande São Paulo). A pasta garantiu que não houve prejuízo às aulas por conta das ações criminosas no local. A unidade atende ao Ensino Fundamental e conta com mais de 500 alunos.
"É importante reiterar que o ROE (Registro de Ocorrência Escolar) reúne dados para fins exclusivos da administração escolar, sem valor estatístico, com objetivo de aprimorar e estimular ações de prevenção, sendo um mecanismo de registro interno da Secretaria", diz trecho de nota enviada pela pasta à reportagem.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), também sob gestão de João Doria, afirmou que o policiamento foi reforçado na região de Mauá com equipes da Ronda Escolar e de Radiopatrulha.
A secretaria ainda acrescentou que 45 suspeitos foram presos na região neste ano. "Os casos citados são investigados por meio de inquérito policial pelo 2º DP de Mauá, que analisa imagens de câmeras de segurança e realiza diligências para a identificação e prisão dos autores", finaliza nota.