Do sarampo à pólio
Retorno de doenças virais é preocupante
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Como se não bastasse o vexame da volta do sarampo, o Brasil também corre o risco —pequeno, mas ainda assim preocupante— de ver novos casos de poliomielite em seu território.
O retorno dessas doenças virais, capazes de matar ou devastar a vida de uma pessoa, decorre da cobertura vacinal insuficiente. Foi por isso que o país perdeu o certificado de erradicação do sarampo apenas três anos depois de obtê-lo.
Como regra geral, o bloqueio da transmissão entre habitantes ocorre quando pelo menos 95% da população alvo está imunizada. No caso da pólio, esse nível de segurança deixa de ser alcançado até em metrópoles como São Paulo, e há cem cidades em que nem mesmo 50% das crianças foram vacinadas.
Em 2010, a cobertura vacinal para a doença no país estava em 99,4%. Vem caindo desde então, até baixar para 51,5%, segundo o dado de setembro de 2019. O último caso registrado data de 1989, e em 1994 o Brasil foi declarado livre da circulação local do vírus.
O mundo só não se livrou da pólio porque um dos três subtipos do vírus, o 1, segue em circulação em nações como Paquistão e Afeganistão. Com tantos habitantes vulneráveis aqui, um único viajante de um desses países que fosse portador do vírus da pólio poderia dar origem ao retorno da doença.
Há várias explicações para o péssimo nível de imunização, da ausência de casos visíveis à complexidade do calendário de vacinação e à dificuldade de comparecer aos 36 mil postos disponíveis. Além disso, há irresponsáveis que difundem mentiras contra a vacinação.
Os governos precisam cuidar da orientação, mas não vai adiantar se a população não fizer a sua parte.