Os casos de sarampo em crianças com até dois anos na cidade de São Paulo subiu entre 12 de setembro e 10 de outubro, segundo dados da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), da Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB). A faixa etária que mais cresceu foi entre os bebês com até seis meses: de 52 casos em setembro para 271 em outubro, um aumento de 421%.
Entre os bebês de sete meses a um ano, o aumento foi de 321%, passando de 164 casos confirmados para 692. Já entre os que têm entre 1 e 2 anos, o aumento foi de 87%, subindo de 296 para 556 confirmados.
Além dos casos, também chama a atenção o número de mortes por sarampo entre crianças. Dos 13 óbitos no estado, sete foram de crianças até 2 anos.
Segundo a diretora de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde, Helena Sato, o número de casos da doença com mortes cresceu porque as crianças nessa faixa etária não estavam sendo vacinadas, pois o vírus do sarampo não circulava com a mesma intensidade que está agora em todo o estado de São Paulo.
“Em tempos sem incidência de sarampo, não se vacina crianças menores de um ano. Agora, com o vírus circulando, voltamos a vacinar as crianças a partir dos seis meses”, afirmou.
Sato explicou ainda que bebê menor de seis meses não precisa ser vacinado porque até essa idade está protegidos pelos anticorpos da mãe (caso ela tenha sido imunizada).
Apesar do término da campanha de vacinação para crianças de seis meses a cinco anos incompletos ter acabado nesta sexta-feira (25), Sato faz um apelo para que as mães que não vacinaram os seus filhos procurem um posto de saúde a partir de segunda-feira (28). “Quem ainda não levou seu filho para vacinar não só pode como deve procurar um posto de saúde”, afirmou.
Dados da Covisa mostram que outras faixas etária tiveram aumento expressivo de casos.
Procura
A gerente de loja Letícia Matiazzo, 38 anos, chegou a São Paulo há uma semana e quando soube dos casos de sarampo na capital foi logo procurar um posto de saúde para vacinar sua filha Bárbara, de 1 ano. Elas vieram de mudança de Campo Grande, onde há poucos casos registrados da doença.
“Eu fiquei muito assustada quando soube deste surto de sarampo que está tendo em São Paulo. Lá em em Campo Grande eu soube que teve dois casos de pessoas que vieram para São Paulo. Por isso vim logo vacinar a minha filha para não correr o risco”, afirmou Letícia, que nesta sexta-feira (24) levou a Barbara para tomar a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) na AMA Parque Peruche, na Casa Verde, zona norte da capital, onde moram.
Enquanto espera os 15 dias para que a vacina comece a fazer o efeito na filha, Letícia disse que vai seguir as recomendações das autoridades em saúde, que é evitar lugares fechados com muitas pessoas e manter os ambientes limpos e ventilados.
“Nem na creche eu estou levando a Barbara porque não tive tempo de procurar uma unidade para ela. Enquanto isso vamos ficar em casa para nos proteger”, afirmou Letícia.
Contraindicação
A Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), disse em nota que a vacina contra sarampo é contraindicada para bebês menores de seis meses. Por isso, a recomendação aos pais e responsáveis por crianças nesta faixa etária é evitar aglomerações, manter a higienização e a ventilação dos ambientes.
Em caso de qualquer sintoma, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza e conjuntivite, a recomendação das autoridades é que procure imediatamente um serviço de saúde. “Somente um profissional de saúde poderá avaliar e dar as recomendações necessárias”, diz a nota.
Segundo a secretaria, de 7 a 24 de outubro, quando foi realizada a campanha, 21.083 crianças de 6 meses a menores de 5 anos receberam a vacina contra o sarampo no município.
A secretaria disse ainda que essa campanha não tinha nenhuma meta de crianças a serem imunizadas porque é uma uma ação para completar o calendário vacinal das crianças nesta faixa etária que estavam mais vulneráveis ao vírus do sarampo.
Veja os números
Casos confirmados
- no estado
9.768
- na capital
4.923
Mortes
- no estado
13
- na capital
5
Casos por faixa etária | até 12 de setembro | até 10 de outubro | % |
Menores de seis meses | 52 | 271 | 421 |
De sete a 11 meses | 164 | 692 | 321 |
1 a 2 anos | 296 | 556 | 87 |
15 a 29 anos | 1.179 | 2.130 | 81 |
30 a 39 anos | 377 | 675 | 79 |
Maiores de 50 anos | 69 | 130 | 88 |
Regiões com maior incidência da doença - entre 295 e 369 casos
Pirituba
Lapa
Pinheiros
Jaçanã
Mooca
Campanha de vacinação
21.083
crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade entre 7 e 24 de outubro
Atenção
A vacina é contraindicada para bebês com menos de 6 meses
A recomendação para esta faixa etária é evitar exposição a aglomerações, manter higienização e ventilação de ambientes adequados
Procurar imediatamente um serviço de saúde quando surgirem:
Manchas vermelhas pelo corpo
Febre
Coriza
Conjuntivite
Manchas brancas na mucosa bucal
Nova etapa
A campanha terá uma segunda fase para pessoas com idade entre 20 a 29 anos entre os dias 18 e 30 de novembro
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde
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