Falta material de proteção em centro de zoonoses de SP

Sem equipamento, funcionário foi atacado por cachorro da raça rottweiler

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Um funcionário do Centro de Controle Zoonoses em Santana (zona norte) foi atacado na última semana por um cão da raça rottweiler que estava sob cuidados no local. Segundo pessoas que trabalham no lugar, isso ocorreu por falta de material para manejo adequado dos animais e proteção dos cuidadores.

Esta foi a quinta agressão considerada grave em 2019, segundo funcionários. "Mordidas, marcas e arranhões acontecem semanalmente", afirmou uma pessoa que trabalha no local, mas que pediu para não ser identificada.

O cão responsável pelo último caso chegou ao CCZ no primeiro semestre, já com histórico de ataques --ele teria arrancado um seio da antiga dona. Ainda assim, foi colocado para adoção até que, em julho, atacou outro trabalhador, passou por cirurgia e correu o risco de perder o braço, segundo um funcionário. 

Na semana passada, após o terceiro ataque, o cão foi morto por meio de eutanásia, segundo funcionários.
"É claro que a culpa não é do cão, mas aqui a gente não tem nem material nem pessoas suficientes para fazer os passeios de forma segura", diz um dos funcionários. 

Estes "passeios" diários são obrigatórios com todos os cachorros do centro. 

Funcionário do Centro de Controle de Zoonoses de Santana, após ser atacado por cachorro - Arquivo Pessoal

A queixa é que faltam focinheiras, coleiras, luvas e outros equipamentos para proteção dos funcionários.
"O material que temos não está em bom estado, é uma situação de risco em que a gente não se sente seguro", afirma outro funcionário. Ele estima que há cerca de 20 pessoas para cuidar dos mais 160 cães.

Funcionários reclamam da estrutura do lugar, como buracos, pisos quebrados, fios aparentes e rachaduras.

O diretor do Sindesp (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), José Teixeira dos Santos, diz que o CCZ está funcionando com 40% a menos do seu quadro ideal de funcionários. "Esse é um problema estrutural."

Resposta

Em nota, o Departamento de Saúde do Trabalhador da DVZ (Divisão de Vigilância de Zoonozes), gestão Bruno Covas (PSDB), diz que "foram notificadas cinco mordidas de cachorros neste ano, duas consideradas graves". 

Sobre o acidente com o cão ocorrido em julho deste ano, a DVZ informa que "o animal foi mantido em observação para que fosse identificado o motivo da agressão e permaneceu por mais de 90 dias em atividades de ressocialização, porém, infelizmente após outro episódio e constantes sinais de agressividade, foi necessária a eutanásia dele, conforme prevê a Lei nº 12.916, de 16 de abril de 2008". 

A pasta também diz que "a DVZ dispõe de 141 cães e 54 gatos aptos para adoção. O quadro de servidores do setor é composto por seis médicos veterinários e 31 agentes". "Todos os servidores têm uniforme adequado às atividades que executam, tais como: botas e protetores auriculares e instrumentos de contenção animal, como cambão, cordas e focinheiras." 

Quanto à segurança, "os profissionais da DVZ recebem orientações rotineiras sobre os cuidados com os animais, inclusive está prevista a oferta de cursos de primeiros socorros este mês". "A instituição possui todos os Equipamentos de Proteção Individual, e segue as normas de segurança feitas com a presença da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - Cipa e a Saúde do Trabalhador."

Sobre o passeio com os cães, a gestão disse que todos os protocolos foram revisados por uma comissão composta por integrantes de vários setores da administração. Com relação ao prédio, disse que serão realizadas "ações emergenciais".

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