Confira sete filmes sobre cinema
São sugestões para uma semana de quarentena, algumas para matar as saudades das salas de cinema
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No último dia 18, esta coluna completou um ano, uma pequena parte deste período na quarentena. Nestes últimos meses, uma das minhas maiores saudades é a do ritual de ir ao cinema.
Não deixo de assistir a filmes em TV, computador ou celular, mas sinto falta de comprar o ingresso, sentar na sala de cinema e, após o trailer, embarcar na história na tela.
Assim, para marcar este ano, e lembrando do desafio dos clássicos na quarentena, sugiro sete longas sobre cinema. Seus temas são, claro, a indústria e a criação artística, mas também as salas que, por enquanto, só estão na nossa saudade. Os preços foram pesquisados no dia 23 de maio.
CINEMA PARADISO
O cineasta Salvatore Di Vita é acordado no meio da noite por um telefonema. É um aviso de que um antigo amigo, Alfredo, faleceu em um vilarejo na Itália. Ausente há décadas da terra natal, Salvatore regressa para a despedida final daquele que lhe apresentou o cinema.
É assim que começa “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore. Em flashbacks, acompanhamos a história dos dois amigos. Quando menino, apelidado de Totó, o cineasta começa a trabalhar com Alfredo, projecionista do Cinema Paradiso, o único da localidade.
O garoto testemunha a censura prévia do padre local, que assiste a todos os filmes antes da estreia, determinando as cenas que devem ser cortadas (geralmente, as com beijos ardentes). Também presencia, em uma cena belíssima, a projeção de um filme na principal praça do vilarejo.
O Cinema Paradiso une a comunidade. É nele que moradores se divertem, choram, namoram… Após um acidente, Totó assume a função de Alfredo, sempre com o amigo ao lado. Mas o ex-projecionista sabe que o futuro reserva mais ao jovem, e o convence a ir embora. Ao voltar para o funeral de Alfredo, o adulto Totó encontra um vilarejo mudado.
O tão amado cinema está abandonado, vai se tornar um estacionamento, como muitos mundo afora. Quem não tem um Paradiso em sua vida? O meu se chamava Studio Center, em Santo André, hoje uma igreja. Mas para o Totó adulto, além das memórias, resta um emocionante presente deixado por Alfredo.
ONDE VER
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versatilhv.com.br: DVD por R$ 29,90
JANELA INDISCRETA
Com a perna engessada, o fotógrafo Jeff (James Stewart) passa os dias a espionar seus vizinhos. Ele acredita ter testemunhado um assassinato e com a namorada Lisa (Grace Kelly) busca desvendar o crime. Com esta trama, Alfred Hitchcock faz de “Janela Indiscreta” um longa sobre o cinema. Pois assistindo a um filme, somos como o casal: voyeurs observando a vida dos outros em uma tela.
ONDE VER
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Google Play: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Looke: R$ 6,99 (aluguel)
CANTANDO NA CHUVA
Musical que sempre figura nas listas dos melhores de todos os tempos, o longa mostra a transição do cinema mudo para o falado. Na trama, dois atores famosos, Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), mantêm um romance ao gosto do estúdio. Mas Don se apaixona pela atriz de teatro Kathy Selden (Debbie Reynolds) ao mesmo tempo em que, ao lado de Lina, se aventura na nova tecnologia.
ONDE VER
iTunes: R$ 19,90 (compra). Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
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OITO E MEIO
Marcello Mastroianni é o diretor de cinema Guido neste longa com tons autobiográficos do italiano Federico Fellini, de 1963. Passando por um bloqueio criativo, Guido é pressionado por produtor, roteirista e atores enquanto planeja, sem muita certeza, seu próximo filme. A confusão na mente de Guido faz aflorar fantasias e memórias (a presença dos pais, a educação católica, a relação com as mulheres), em um balé de imagens em que realidade e sonho se confundem. Um filme obrigatório para entender a obra de Fellini.
ONDE VER
Telecine Play: grátis para assinantes
BOOGIE NIGHTS
O diretor Paul Thomas Anderson retrata a indústria do cinema pornográfico no final dos anos 1970, na mesma Los Angeles em que brilham as estrelas de Hollywood. Mark Wahlberg é o jovem Eddie Adams, descoberto pelo diretor Jack Horner. Seus atributos físicos e sua atuação o levam ao estrelato. Ao mesmo tempo, a chegada das gravações em vídeo prometem baratear as produções, mas Horner resiste, vendo na tecnologia um risco para qualidade de seus filmes.
ONDE VER
iTunes: R$ 7,90 (aluguel). Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
HBO Pro: grátis para assinantes
Vivo Play: R$ 6,90 (aluguel)
A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA
As imagens do cinema Royal, em uma pequena cidade do Texas nos anos 1950, abrem o longa de Peter Bogdanovich, de 1971. Ele é a própria passagem do tempo: se no início é ponto de encontro dos adolescentes, ao final fecha as portas, quando esses mesmos jovens tomam outros rumos na vida, seja a faculdade, o trabalho como operário ou o alistamento no Exército. Essas mudanças são retratadas pelos amigos Sonny (Timothy Bottoms) e Duane (Jeff Bridges), apaixonados por Jacy (Cibyl Shepherd).
ONDE VER
HBO Pro: grátis para assinantes
ED WOOD
Tim Burton faz uma singela homenagem em preto e branco a Ed Wood, considerado o pior diretor de cinema de todos os tempos. Para Burton, não importa o talento ou a falta de, mas sim o amor de Wood pela arte cinematográfica. E isso é traduzido na relação dele com o ator Bela Lugosi, que atuou em filmes de Wood no final da carreira. Ou no encontro do diretor com Orson Welles. Diante de um gigante, Wood o trata como um parceiro da grande aventura do cinema.
ONDE VER
Google Play: R$ 3,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Telecine Play: grátis para assinantes