Quando o novo coronavírus contagia uma pessoa, o órgão mais afetado é o pulmão, causando pneumonia. No entanto, com o aumento da pandemia, já são conhecidas novas formas de o vírus atacar. E uma delas é nos rins, casos mais raros, mas que atingiu em cheio Evaldo José Ferreira, 35 anos, missionário redentorista do Santuário de Aparecida.
Não que ele não tenha apresentado os sintomas tradicionais da Covid-19. “Senti dor na bexiga, febre, dor de cabeça muito forte e perda de olfato e paladar, além de vomitar muito. Fui ao hospital e os exames mostraram uma infecção urinária muito forte. Cheguei até a urinar sangue puro”, lembra Evaldo.
No início da internação no Hospital São Camilo da Pompeia, o teste da Covid deu negativo, mas ele continuou por uma semana com febre e sem se alimentar direito. Somente após repetir o exame é que foi constatada sua contaminação pelo novo coronavírus.
“Depois eles me colocaram em uma ala só para tratamento de pacientes da Covid. Fiquei 15 dias internado e precisei usar até uma sonda para urinar, por causa da infecção”, conta o missionário, recordando-se dos dias mais difíceis no hospital.
“Eu sentia uma dor de cabeça muito forte que quase tirava os meus sentidos. O remédio era muito forte, mas não passava a dor. Só me deram alta quando voltei a comer melhor e a andar sozinho, porque, em alguns momentos, eu não sentia as pernas. Tive de fazer fisioterapia para melhorar.”
Evaldo agradeceu ao trabalho e apoio psicológico dado pelos profissionais que o atenderam. “Eles foram muito atenciosos. Quando eu ficava desanimado eles davam uma palavra de ânimo. E também me senti mais forte pelas orações de todos da minha comunidade”, diz o religioso, que pegou o vírus ao cuidar de um confrade, o frater Flávio Alexandre da Silva, o primeiro da comunidade de 12 religiosos da Congregação do Santíssimo Redentor, no Ipiranga (zona sul de SP), a pegar a doença.
“Ficamos cuidando dele, achando que era só febre e mal-estar. Só que quando ele foi ao hospital e começou a sentir falta de ar, fez o teste e deu positivo. Eu comecei a sentir os sintomas uma semana antes.”
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