São Paulo registra aumento na lentidão do trânsito com flexibilização da quarentena
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A cidade de São Paulo vem registrando nos últimos meses aumento na lentidão do trânsito nas principais vias após a flexibilização da quarentena e aproximação das festas do fim do ano. No mês de abril, durante o período rígido de isolamento social imposto pela pandemia, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 11 km de lentidão. Após a reabertura econômica, foram registrados 133 km em novembro e até 107 km de lentidão nos primeiros dias de dezembro.
Os dados foram coletados por meio do aplicativo Waze, com o qual a prefeitura mantém parceria. A plataforma consegue mensurar o deslocamento dos veículos pelas 868 principais vias da cidade, coletando o atraso do tempo estimado da viagem e interpretando isso em lentidão.
O aumento do índice de lentidão no trânsito tem sido percebido por motoristas que utilizam diariamente o carro para se deslocar de casa até o trabalho, como a enfermeira Ana Paula Moreira, que mora na região do Glicério, no centro. Ela trabalha de manhã em uma unidade de saúde na avenida Doutor Arnaldo (zona oeste) e utiliza o carro por volta das 13h para ir a outro emprego no Ipiranga, zona sul.
De março a agosto, Ana Paula levava em média 20 minutos no trajeto entre os dois trabalhos. De lá para cá, ela disse o tempo de deslocamento piorou e, atualmente, gasta de 40 minutos a uma hora para realizar o mesmo trajeto. “Tem muito mais carro, eu tenho pegado trânsito no entroncamento da Radial Leste em direção ao Glicério e a [rua da] Consolação está bem cheia”, falou.
Apesar do aumento do número de carros nas vias, o engenheiro e consultor de transporte Sérgio Ejzenberg afirma que não dá para comparar a lentidão do trânsito na cidade hoje com o que era antes da pandemia de Covid-19. Ele disse que, os motoristas esqueceram os aplicativos de trânsito que indicam melhores trajetos por rotas alternativas e voltaram a utilizar com as principais vias livres devido à pandemia, o que acaba gerando lentidão. ”Agora, as pessoas deixam para última hora, junta tudo e causa congestionamento, mas é muito pouco do que era antes [da pandemia]”, afirmou.
O engenheiro explicou ainda que a cidade está em uma situação de férias com muita gente trabalhando em home office e estudantes sem ir à escola, que juntos somam 80% da lentidão. Segundo ele, a demanda de uso do sistema viário, mesmo com a lentidão atual, é muito menor do que antes da pandemia. “Esse congestionamento que você vê agora é uma fração pequena. Nos desacostumamos de qualquer congestionamento”, enfatizou.