Clínicas particulares só devem ter vacina contra Covid no 2º semestre de 2021 ou em 2022

Previsão é de associação da rede privada, que diz estar preparada para a imunização; no início, só rede pública deve ter vacinação

São Paulo

Não adianta telefonar para tentar agendamento. Vacinas contra o novo coronavírus só devem estar disponíveis na rede particular, na melhor hipótese, a partir do segundo semestre do ano que vem ou em 2022, segundo estimativa da ABCVAC (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas)

"A associação, após contato com todos os fabricantes que estão em pesquisa, ressalta que não existe qualquer previsão de abastecimento de vacinas contra a Covid-19 para o mercado privado, pois toda a produção mundial está dedicada ao pleno atendimento dos governos", diz a ABCVAC, em nota.

Conforme a associação das clínicas privadas, "ainda que seja preciso considerar que a comunidade científica não está medindo esforços para que os imunizantes sejam rapidamente aprovados, e que todo novo dia pode trazer alguma novidade, não existe qualquer previsão a curto prazo, e não se pode falar em abastecimento para o setor privado de vacinação, antes do segundo semestre de 2021/2022".

"Neste momento, a gente não pode criar nenhuma expectativa de curto prazo para a liberação desta vacina", afirma Geraldo Barbosa, presidente da ABCVAC, em vídeo divulgado pela associação. "Estamos fazendo todos os esforços para a vacina chegar ao mercado privado", diz.

Segundo a associação, todas as clínicas estão se preparando para vacinar contra a Covid. "A gente é treinado porque fazemos grandes campanhas durante o ano. A preparação técnica vai ser muito rápida", diz Barbosa. O maior problema, segundo ele, será a disponibilidade de vacina suficiente para a procura "que vai haver",

De acordo com o executivo, tão logo a Anvisa comunique que o medicamento está registrado no Brasil, começam as negociações com os produtores para se vender as doses no mercado privado.

​"A preocupação atual é a cobertura vacinal para doenças que já possuem imunizantes, a fim de evitar as outras enfermidades que podem, inclusive, agravar o quadro de Covid-19, e que o esquema vacinal precisa ser colocado em dia antes que as clínicas e postos se sobrecarreguem" diz a ABCVAC.

Segundo o gerente de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gustavo Mendes, vacinas com autorizações temporárias e emergenciais para contra a Covid-19 não poderão ser comercializadas. "Elas só poderão ser utilizadas no que a gente chama de uso institucional. Só poderão ser destinadas a programas de governo, programas específicos para que se possa ter um controle e que fique muito claro que é uma autorização de uso emergencial com um foco muito específico", afirmou nesta semana.

Nesta quinta-feira (3), o governador João Doria (PSDB) afirmou que a imunização na rede pública no estado de São Paulo deve começar em janeiro. O tucano foi até o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP) para receber 600 litros a granel da vacina chinesa Coronavac, correspondente a um milhão de doses que serão produzidas no Instituto Butantã, na zona oeste de São Paulo.

Esta é a segunda remessa a chegar no país, sendo a primeira de 120 mil doses prontas recebida no dia 19 de novembro. Ao todo, segundo o governo, serão 46 milhões de doses, sendo 6 milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção, envase e rotulagem em fábrica própria do Butantan.

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana como deverá ser o plano nacional de vacinação contra o novo coronavírus que, inicialmente, terá quatro fases, sendo a primeira para idosos com idade acima de 75 anos e profissionais da saúde. Na rede privada, não será preciso seguir as normas de cada etapa, ou seja, uma pessoa de 50 anos não precisa esperar sua faixa etária ser liberada na rede pública para tomar a vacina em clínicas particulares.

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