Justiça quebra sigilo de jovem suspeito de matar jogadora de game em SP
Juiz também pediu exame de sanidade mental do suspeito de assassinar Ingrid Bueno, 19 anos
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A Justiça de São Paulo recebeu nesta sexta-feira (26) a denúncia do MP (Ministério Público) contra Guilherme Alves Costa, de 18 anos, acusado de ter matado com golpes de espada e faca a jogadora profissional de e-Sports Ingrid Oliveira Bueno da Silva, 19. O crime ocorreu na casa do suspeito em Pirituba (zona norte da capital paulista), na segunda-feira (22).
O juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri do Foro Central Criminal, autorizou a quebra de sigilo de dados do celular de Guilherme para averiguar se ele agiu sozinho ou se há outras vítimas em potencial. Serão levantados registros de ligações, fotos e trocas de informações em redes sociais e aplicativos, pois o acusado havia dito que era “um soldado de um exército”, diz trecho da decisão do TJ.
O juiz determinou também instauração de incidente para verificação de insanidade mental. “O fato de o acusado ter consumado o crime de homicídio e, apesar do modus operandi, demonstrado frieza ao gravar vídeo, inclusive rindo pela morte provocada, motivou a instauração do incidente”, disse em nota o magistrado.
Costa foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) Paulo Gilberto de Araújo, no Belém (zona leste). A Promotoria ofereceu denúncia contra o estudante por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel. Até esta sexta ele não tinha constituído advogado, segundo a polícia.
Costa e a vítima, conhecida como Sol, se conheceram há cerca de um mês pela internet, segundo a polícia. O estudante, que também é jogador de games, teria convidado Ingrid para jogar na casa dele no dia do assassinato.
De acordo com relato do boletim de ocorrência, o jovem teria planejado o crime há duas semanas. A jovem, segundo relato de policiais militares, estava ferida com facadas no peito e com um corte profundo no pescoço.
Um policial civil registrou em vídeo, com um celular, o momento em que o estudante de 18 anos era algemado, em frente à delegacia. Ao ser questionado se tinha ciência do que havia feito ele responde "claro que tenho". Após isso, o policial pergunta o motivo do homicídio. "Fiz porque quis", responde o suspeito que, em seguida, sorri.
Em outro vídeo, já dentro da delegacia, o estudante ainda afirmou que seu objetivo era "atacar o cristianismo", ao ser novamente indagado sobre a motivação do crime.
Dois advogados foram constituídos para defender o estudante, mas não foram encontrados até a publicação desta reportagem.
O motivo do assassinato ainda é investigado pelo 87º Distrito Policial (Vila Pereira Barreto).
Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do publicado na edição anterior deste texto, a Justiça ainda não aceitou a denúncia contra o suspeito.