Descrição de chapéu Coronavírus trânsito

Perto do colapso, cidades do ABC paulista estudam medidas mais rígidas

Estado deve anunciar nesta quarta (24) reestruturação do Plano São Paulo

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São Paulo

Perto de colapso na ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos de Covid-19, as sete cidades que compõem o chamado ABC paulista, onde moram perto de 3 milhões de pessoas, podem ter medidas mais rígidas do que o toque de recolher anunciado na última segunda-feira (22) pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, previsto para o próximo sábado (27), das 22h às 5h.

A definição das medidas a serem tomadas serão debatidas em uma reunião marcada para acontecer às 15h desta quarta-feira (24) no Consórcio ABC, uma associação que reúne os dirigentes das cidades que compõem o bloco: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Mais cedo, às 12h45, o governador João Doria (PSDB), deverá anunciar mudanças na reclassificação do Plano São Paulo, e pode já anunciar medidas mais restritivas.

Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André e presidente do consórcio, admite que as medidas podem ser tão restritivas quanto às de São Bernardo. “Fechando a semana epidemiológica e a evolução de casos, de acordo com a necessidade, podem ser adotadas medidas mais restritivas do que isso [as de São Bernardo]." Ele citou como exemplo de medidas mais restritivas a antecipação do horário das 22h e fechamento de atividades às 19h.

“O nosso intuito ele tem que ser restringir a circulação de pessoas e restringir após o horário comercial de trabalho”, disse Serra. “Nenhuma medida está totalmente descartada.”

A cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, vai adotar o toque de recolher a partir de sábado (26), das 22h às 5h - Rubens Cavallari - 30.nov.20/Folhapress

São Bernardo veta pacientes de outras cidades

Um dia após anunciar de forma individual o toque de recolher, medida que não é seguida pelos demais prefeitos do bloco, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), afirmou nesta terça que não poderá mais receber pacientes de cidades como Diadema e Mauá, também no ABC, sob o risco de atingir a totalidade dos leitos disponíveis e colapsar o sistema de saúde.

“Durante toda a pandemia, eu venho atendendo. Hoje temos internados 27 pacientes de Mauá e 23 de Diadema. Eu avisei aos prefeitos que, com essa saturação prevista, eu não teria mais como receber. E não é porque eu não quero. Eu não tenho onde colocar”, afirmou.

São Bernardo do Campo contava nesta terça-feira com 89% de ocupação dos leitos de UTI e 64% de enfermaria. O índice é bem superior à média estadual de 68,8% de ocupação dos leitos de UTI e de 54,7% nos leitos de enfermaria.

Leitos de UTI

Em toda a Grande São Paulo, a ocupação de leitos de UTI é de 68,8% nesta terça-feira, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.

Diadema contava nesta terça-feira com 37,5% de ocupação dos leitos de UTI e 77% na enfermaria, índices bem acima dos 20% e 57%, respectivamente, registrados no dia anterior, na última segunda-feira (21). Sem dar detalhes das ações que adotará, o prefeito Filippi Júnior (PT), informou que a secretaria de

Defesa Social endurecerá as ações de fiscalização de comércios e estabelecimentos do município. “Nós vamos ver o que o estado define, debater com os demais prefeitos do Consórcio e seguir uma linha enquanto região. Uma medida tomada sozinha tem menos eficácia do que uma medida coletiva”, disse Fillipi Júnior.

Situação mais crítica vive Mauá, onde a ocupação de leitos de UTI chega a 70% e 100% na enfermaria. Procurado por intermédio de sua assessoria de imprensa, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) não atendeu ao pedido de entrevista.

Mesmo em situação mais confortável do que suas vizinhas, já que contava nesta terça-feira com 62,5% de taxa de ocupação de leitos de UTI e 68% de enfermaria, a cidade de São Caetano do Sul informou não poder mais receber pacientes dos municípios vizinhos.

“Eu não tenho mais verba para atender leitos de outros municípios. O que temos de leito é para atender aos nossos munícipes, até porque os que estão indo para a UTI estão demorando mais tempo”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Regina Maura Zetone.

Santo André contava nesta terça-feira com taxa de ocupação de leitos de UTI em 75,6%, e enfermaria, de 53,8%.

Diferentemente de São Bernardo do Campo, que decidiu postergar o início das aulas na rede municipal para o dia 15 de março, Serra informou que a orientação é que as demais cidades mantenham a data de início das aulas no dia 1º de março, próxima segunda-feira. A exceção é São Caetano do Sul, que já deu início ao ano letivo no dia 11 de fevereiro.

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