Mesmo na fase emergencial, mais de 600 mil veículos descem para o litoral paulista
No total, redução de fluxo nos cinco principais sistemas rodoviários do estado foi de 16%
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Dados da Artesp (agência estadual que regula as concessões rodoviárias), indicam que mesmo na fase emergencial, 602.809 veículos passaram pelas rodovias que dão acesso às cidades localizadas no litoral do Estado entre os dias 26 e 28, entre a última sexta-feira e domingo, na véspera do megaferiado da capital.
No período, trafegaram pelo sistema Anchieta-Imigrantes, que dá acesso às cidades do litoral sul, 155.235 veículos. Pela Tamoios, ligação com o litoral norte do Estado, foram 76.086; e no corredor Ayrton Senna e Carvalho Pinto, que dá acesso tanto a região de Campos do Jordão quanto do litoral norte, foram 371.488.
Os dados divulgados pela agência fazem um comparativo do último fim de semana com o período de 12 a 14 de março (também sexta a domingo), quando ainda vigorava a fase emergencial, muito restritiva, porém, com algumas liberações que foram cessadas na atual fase emergencial, que teve início no dia 15, uma segunda-feira.
No geral, o tráfego pelos cinco principais sistemas rodoviários foi de 1.086.972 veículos no último final de semana, numa queda de 16,2% no comparativo com o final dos dias 12 a 14 de março, quando 1.297.865 veículos circularam nessas vias.
A maior queda foi no sistema Anchieta-Imigrantes, que teve redução de 39% na quantidade de veículos circulando, passando de 256.000 para 155.235. Na Ayrton Senna e Carvalho Pinto, a redução foi de 16,5%, e na Tamoios, 26,4%.
As quedas foram menores nos principais acessos às cidades do interior. O sistema Anhanguera-Bandeirantes registrou fluxo de 320.078 veículos (queda de 14% no período), e na Presidente Castelo Branco (SP-280), principal eixo de ligação para a região Oeste do Estado, o fluxo foi de 164.085 veículos, queda de 10.8%.
Capital
Na cidade de São Paulo, o reflexo do megaferiado foi a queda dos índices de congestionamento e a quantidade de circulação de veículos nas ruas. Dados do boletim da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) indicam que na última sexta-feira (26), foram anotados 14km de lentidão, apenas 35% se comparado com a sexta-feira anterior, a do dia 19, que registrou 41km de lentidão.
No período, a quantidade de veículos circulando passou de 6 milhões para 4 milhões, numa redução de 33%. Já o número de pessoas nos ônibus também caiu, indo de 1,5 milhão para 1,27 milhão, numa queda de 230 mil (15% a menos). Apesar da movimentação intensa, o movimento no metrô e trens também foi menor.
A medida também não alterou a taxa de isolamento. Dados referentes a ontem indicam que a taxa ficou em 44% tanto no Estado quanto na Grande São Paulo.
Tentativas
Adotada no dia 15 deste mês, a fase emergencial foi criada para tentar evitar a escalada do número de casos de Covid-19 no Estado. Dados mais recentes do governo estadual indicam que são 31.041 internados, sendo 12.946 em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e 18.098 em enfermaria. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 92,3% no Estado e de 92,6% na Grande São Paulo.
Na tentativa de forçar o isolamento social, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu antecipar cinco feriados para forçar que as pessoas ficassem em suas casas. A medida criou um feito cascata, já que das sete cidades do ABC também anteciparam feriados.
Como reflexo, e para evitar receber turistas paulistanos, as nove cidade da Baixada Santista decretaram o lockdown já no dia 23 de março, que se prolongará até 4 de abril. Entre as medidas estão a proibição de funcionamento do comércio não essencial e restrição de transporte público. Conforme demonstrou o Agora no sábado (27), mesmo assim, os paulistanos desceram para o litoral.
Movimento
Anchieta-Imigrantes | 155.235 |
Anhanguera-Bandeirantes | 320.078 |
Presidente Castello Branco (SP-280) |
164.085 |
Ayrton Senna e Carvalho Pinto |
371.488 |
Tamoios | 76.086 |
Fonte: Artesp