Descrição de chapéu Coronavírus Zona Oeste

Academias de SP tentam retomar alunos com horário estendido

A partir de sábado (1º), setor poderá funcionar entre as 6h e as 20h

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São Paulo

Com o expediente de funcionamento estendido a partir de sábado (1º), o setor de academias vê a possibilidade de reforçar protocolos de prevenção contra o coronavírus e, com isso, voltar a conquistar clientes perdidos no último ano. A terceira semana da fase de transição autoriza o atendimento presencial nesses locais —e em outros serviços— entre as 6h e as 20h.

"Ficando abertos por mais de 12 horas, temos a possibilidade de espaçar mais o atendimento dos clientes. Do jeito que está, eu preciso fazer um atendimento mais apertado", afirma Gilberto Bertevello, presidente do Sindicato das Academias de São Paulo.

Até sexta (30), o expediente das academias está restrito a oito horas diárias. Permanece, contudo, a limitação de 25% de ocupação já vigente.

O servidor público Pedro Fagundes, 43, voltou para a musculação e a natação no dia 24, quando o setor foi liberado depois de mais de um mês. O principal motivo, diz, é aliviar o estresse. Para ele, além dos protocolos adotados pelos estabelecimentos, é necessário que alunos se comprometam em minimizar os riscos de infecção. "Depende da responsabilidade de cada um em tomar suas medidas."

A professora universitária Flavia Daniela Motta, 45, higieniza esteira antes de usar, na academia Kainágua, no Morumbi (zona oeste de SP) - Rubens Cavallari/Folhapress

Segundo Bertevello, no último ano as academias perderam, em média, 50% dos clientes. O sindicato não tem uma contagem de quantos estabelecimentos foram fechados permanentemente, mas a estimativa é de que esse número passe de 1.500 em todo o estado.

Entre os proprietários, as expectativas dessa reabertura são divididas, afirma o presidente do sindicato. "Nesse momento, temos que aumentar a precaução, sem dúvidas." A aposta é em reforçar protocolos para que clientes se sintam seguros.

Fabio Rieser, proprietário academia Kainágua, no Morumbi, zona oeste, diz que espera pelo menos oito meses para que o faturamento volte aos níveis de antes da pandemia. Hoje, ele tem 40% dos clientes daquela época. "A minha expectativa é de que, com a vacina, o setor vai se recuperar com mais força. Ainda há muita incerteza e muito medo [entre os clientes]."

Rieser afirma que não há registros de contágio de Covid-19 entre os mais de 50 profissionais do local. "Da maneira que estamos trabalhando, está muito controlado. Espero que as outras [academias] estejam fazendo o mesmo." Com o atendimento por hora marcada, é possível mapear quem foi exposto caso algum cliente relate que contraiu a doença —o que ainda não aconteceu, ele diz.

"É como uma equação. A gente tem que mostrar toda a segurança para o aluno. Isso se soma à vontade das pessoas em praticar atividade física, e multiplicamos por uma experiência boa. Com isso vem o crescimento. Quem não fizer isso, não vai conseguir [voltar a crescer]."

Para Flavia Motta, 45, química e professora universitária, é necessário conhecer os protocolos adotados em cada local para garantir o mínimo de risco. Ela voltou para a musculação no último sábado e diz se sentir segura.

Distanciamento, sanitizante, equipamento para limpar os equipamentos e agendamento são alguns dos itens que ela vê como necessários. "Eu acho que é algo para ser estudado caso a caso. Tem que ter um olhar para o lugar em que o exercício é feito."

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