Ambulantes e clientes lotam ruas do centro de SP antes do horário liberado para lojas

Movimentação é intensa nas calçadas do Brás e da rua 25 de Março, logo nas primeiras horas da manhã; comércio regular só pode abrir às 11h

Rivaldo Gomes Clayton Freitas
São Paulo

Logo nas primeiras horas da manhã, as tradicionais ruas de comércio do centro de São Paulo já começam a ser tomadas por vendedores ambulantes e consumidores. Na rua 25 de Março e na região do Brás, a movimentação é intensa, antes mesmo das 11h, horário em que é autorizada a abertura das lojas.

Na manhã desta terça-feira (27), a reportagem percorreu ruas como Rodrigues dos Santos, Tiers, Vautier, Oriente e Barão de Ladário, todas no Brás, além da 25 de Março, e constatou que desde as 7h os ambulantes já ocupavam a maior parte das calçadas. Em alguns locais, trechos inteiros das vias eram utilizados pelos camelôs.

Ambulantes e consumidores já ocupam das ruas do Brás antes mesmo da abertura das lojas, às 11h - Rivaldo Gomes/Folhapress

Foi comum ver pessoas andando próximas umas das outras, formando aglomerações. Muitas delas não usavam máscaras. A movimentação de pedestres era tão intensa que, em alguns momentos, só se podia passar pelas ruas entre os carros.

No Brás, a maior parte dos ambulantes comercializam roupas. Na 25 de Março, a diversidade é maior.

Segundo Juarez Viana, integrante da administração do Acamsp (Associação do Comércio Ambulante de São Paulo), entidade que reúne cerca de 200 ambulantes em São Paulo, é difícil realizar o controle.

“É uma situação complicada. Todo mundo está precisando trabalhar. Ao mesmo tempo, sabemos das determinações do governo”, afirmou.

A reabertura de parte do comércio foi liberada no dia 18 deste mês, após 40 dias de portas fechadas por causa do Plano SP de enfrentamento ao Coronavírus. Nesta etapa, ao menos até esta sexta (30), o comércio pode abrir as portas das 11h às 19h e com 25% da capacidade de público.

Respostas

Procuradas, as entidades que representam os comerciantes dessas regiões não quiseram comentar o assunto. Tanto a Alobrás (Associação de Lojistas do Brás) quanto a Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências) disseram que os seus associados estão cumprindo as regras impostas e que não lhes compete a questão dos comerciantes ambulantes.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), disse que segue as regras do Plano São Paulo e que os agentes municipais têm apoiado as ações da força-tarefa composta pela Vigilância Sanitária Estadual, SSP (Secretaria da Segurança Pública) e Procon quando denúncias de descumprimento por parte dos estabelecimentos comerciais são recebidas.

A prefeitura afirmou ainda que, apesar da flexibilização, a cidade continua em quarentena e que é fundamental que as pessoas mantenham o distanciamento social e usem máscaras.

Procurada, a Polícia Militar não respondeu até a conclusão desta reportagem.

Fase de transição

Restaurantes e similares

  • Consumo local entre as 11h e as 19h


Salões de beleza e barbearias

  • Atendimento local entre as 11h e as 19h


Atividades culturais

  • Atendimento presencial entre as 11h e as 19h

Academias

  • Atendimento presencial entre as 6h e as 19h, mas limitado a até oito horas por dia


Parques estaduais e municipais

  • Funcionamento entre 6h e 18h
  • Ambientes fechados (academias, bibliotecas, espaços de leitura, brinquedotecas, orquidários, viveiros, espaços de monitoria ambiental) permanecerão sem uso
  • Proibidos a realização de eventos e o uso de quadras, equipamentos de ginástica e playgrounds (exceto quadra de tênis)

Centros Esportivos

  • Funcionamento entre 6h e 14h


Clubes da Comunidade

  • Funcionamento por até oito horas por dia, encerrando as atividades às 19h


RESTRIÇÕES

  • Estabelecimentos com limite de ocupação de 25%
  • Aplicação de protocolos sanitários
  • Toque de recolher entre as 20h e as 5h
  • Teletrabalho para atividades administrativas não essenciais
  • Escalonamento do horário de entrada e saída de atividades do comércio, serviços e indústrias
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