Cuidado. Vigilância. Fiscalização.
É a pandemia.
Algumas atividades foram liberadas.
Mas é preciso ter muita calma nessa hora.
Sólon era sargento da PM.
—Brasileiro é fogo.
O cansaço pesava na vida daquele agente da lei.
—Não acaba de ter denúncia.
Na Vila Madalena, a coisa bombava.
—Opa. Opa. Vamos parando.
A festa clandestina era na Boate Arca de Noé.
—Hum. Ponto de encontro da bicharada.
O preconceito por vezes pesa na corporação policial.
—Olha que eu ponho todo mundo na jaula. Haha.
Novos avisos chegavam do DP.
—Corre, Sólon. Tem mais um rolê. Aí pertinho.
Sólon suspirou.
—Coisa mais estressante.
Ninguém estava reparando.
Ele se apoderou de uma garrafa de tequila.
—Indispensável.
A viatura seguiu em ziguezague até outra boate.
—Caramba. Coisa fina.
Smoking. Beldades. Plumas. Paetês.
Sólon foi recebido com simpatia.
—Welcome, Mr. Stallone…
—Quem, eu?
Uma estatueta de ouro foi entregue ao sargento.
—The Oscar. For you.
Foi súbito seu despertar.
No assento da viatura, ele estava beijando o cassetete.
—Thank you. Thank you, mamãe.
É amargo, sem dúvida, o gosto da borracha.
Voltaire de Souza: Nada de festa
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