Descrição de chapéu Zona Norte

Associação de moradores doa mais de 400 cestas básicas na Brasilândia

Entidade também entregou cerca de 300 marmitas para famílias da zona norte de São Paulo

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São Paulo

Desempregada desde o começo do ano e sem fonte de renda, Flavia Regiane Santos, 43, costuma ter apenas uma refeição por dia, o jantar. Todo o dinheiro que o filho, também desempregado, consegue com bicos, é para pagar o aluguel e as contas. Pelos próximos dias, porém, a situação da casa vai ter um alívio porque ela conseguiu receber a doação de uma cesta básica nesta segunda (26).

"A gente só janta, não almoça, porque é para ajudar a durar mais tempo. E não é todo dia que a gente consegue dinheiro para comprar pão pro café", afirma Flavia, que era auxiliar de limpeza até janeiro. Ela foi uma das mais de 400 pessoas que receberam a doação promovida pela Associação dos Moradores da Cachoeirinha e da Brasilândia, na zona norte.

Distribuição de cestas básicas e marmitas para população carente da Brasilândia, zona norte de São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

Além das cestas, foram distribuídas também 300 refeições para a comunidade Jardim dos Francos. Segundo Henrique Deloste, líder comunitário na região, essa é a 15ª entrega de alimentos desde o início da pandemia. Cada uma delas tem sido realizada em uma área diferente da grande região da Brasilândia, numa tentativa de atingir o maior número de pessoas possível.

Os itens que compõem as cestas são recebidos especialmente de empresas do bairro e da prefeitura. O foco da doação é para mães solteiras, pais desempregados e famílias que tiveram perda de renda no último ano.

"Para nós, é uma grande satisfação conseguir realizar esse tipo de trabalho, que viemos fazendo lá de trás, porque faz uma diferença muito grande na vida dessas pessoas", afirma Deloste. A meta é ampliar as doações para cerca de mil refeições por semana. Para a segunda quinzena de maio está agendada uma nova doação de pelo menos 300 cestas.

"Essa doação nos ajuda bastante", afirma Nadia Jesus Santana Gomes, 23, também desempregada. Ela mora com a avó, que não tem fonte de renda, e as duas dependem de ajuda para sobreviver.

A fome tem sido um problema recorrente na região, afirma Deloste, especialmente pelos reflexos econômicos da pandemia. "Hoje eu tive que me virar nos 30 para atender cinco famílias que não tinham o que comer e não estavam cadastradas. São crianças passando fome e necessidade."

O trabalho da associação de moradores da região já vem de longa data, ele diz, mas foi intensificado no último ano. Além da doação de alimentos, eles também recolhem currículos da população para distribuir a empresas na tentativa de conseguir vagas de emprego.

Para ajudar a Associação dos Moradores da Cachoeirinha e da Brasilândia, o contato é 11 99727 8502.

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