Comerciantes de SP abrem portas, mas temem novo fechamento

Movimento no largo 13, zona sul de SP, estava abaixo do normal, segundo lojistas no primeiro dia útil da fase de transição

São Paulo

No primeiro dia útil da reabertura do comércio após as fases vermelha e emergencial da quarentena, o clima entre comerciantes no largo 13 de Maio, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, é de desconfiança com o que está por vir. O receio é de que um novo fechamento traga ainda mais prejuízos.

O setor passou mais de 40 dias de portas fechadas. No domingo (18), teve início a transição para a fase laranja, mais permissiva, em que o atendimento presencial em lojas é permitido. Nesta etapa, o comércio pode abrir as portas das 11h às 19h e com 25% de capacidade de público.

Na manhã desta segunda-feira (19), havia muitas pessoas na região, mas, segundo lojistas, o movimento estava muito abaixo do normal. As lojas não tinham aglomeração, mas em poucas delas havia controle de entrada.

Para o vendedor Anderson Neves, 30 anos, serão pelo menos três meses até que as vendas se estabilizem. “Temos que ter coragem e esperança, porque vai ser difícil.” Segundo ele, a procura de clientes na manhã desta segunda (19) era irreconhecível. O motivo, diz, deve ser o medo que muitos têm do vírus.

Primeiro dia útil de reabertura do comércio em São Paulo no Largo Treze, em Santo Amaro - Ronny Santos/Folhapress

“Acho que vamos amargar mais um ano como tartaruguinhas”, diz João Rodrigues, 71 anos, gerente de uma loja de roupas no largo há 35 anos. Ele diz que nunca viveu uma situação tão desesperadora nas vendas. A esperança, agora, é de que venha um inverno rigoroso. “Sem isso, não vai melhorar muita coisa.”

Patrícia Teixeira, 35 anos, também diz ter receio dos próximos meses. Ela é vendedora em em uma galeria no largo —chegou lá há um ano, depois que a loja em que trabalha precisou se mudar devido à pandemia. “A gente ainda tem muito medo de fechar de novo.”

Entre os clientes, havia mais otimismo. “Vim olhar se tinha alguma novidade. Estava sentindo falta”, diz a aposentada Aparecida Andrade, 56 anos. A doméstica Marieta Santos, 66 anos, também estava com saudade de andar pelas lojas. Para não adoecer, ela diz que não abre mão da máscara e do álcool gel.

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