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Paralisação de ônibus é suspensa em São Paulo e Guarulhos

Sindicatos chegam a acordo com governo João Doria (PSDB) e cronograma de vacinação de motoristas e cobradores deve ser definido até quinta (22)

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São Paulo

Motoristas e cobradores de ônibus da capital e de Guarulhos (Grande SP) chegaram a um acordo com o governo João Doria (PSDB), na noite desta segunda-feira (19), e suspenderam paralisações marcadas para esta terça-feira (20).

Sindicatos dos dois municípios cobram a inclusão dos trabalhadores em um programa de vacinação contra a Covid-19, pois dizem estar expostos ao novo coronavírus desde o início da pandemia.

Segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores da Cidade de São Paulo, Valdevan Noventa, o governo estadual se comprometeu a incluir os trabalhadores no calendário de vacinação.

"O governo anunciará na quinta [22] a data de início da vacinação de todos os trabalhadores dos transportes", afirmou Noventa.

Segundo ele, motoristas e cobradores deverão começar a ser vacinados em data próxima a dos metroviários e ferroviários, em 11 de maio.

O presidente do Sindicato dos Motoristas de Ônibus de Guarulhos, Orlando Maurício Júnior, o Brinquinho, disse que também foi definida a criação de um grupo de trabalho entre governo e as entidades para elaboração do cronograma de imunização. A informação foi confirmada em nota pela gestão Doria.

“A Secretaria da Saúde recebeu a determinação do governador João Doria de se debruçar na vacinação da categoria. O Estado entende que é importante imunizar os trabalhadores do transporte, não só pelos riscos que correm, mas, sobretudo, por serem essenciais no funcionamento da sociedade, disse o secretário-executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro, em nota.

Trabalhadores do metrô, que igualmente planejavam cruzar os braços nesta terça, também suspenderam a paralisação, após assembleia realizada na noite desta segunda.

A greve de motoristas e cobradores havia sido confirmada no meio da tarde, inclusive com a convocação de uma manifestação para as 8h desta terça em frente ao Masp (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista (região central).

Mais tarde, a Justiça do Trabalho deu uma decisão liminar favorável para a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), para garantir que o transporte público municipal funcionasse com pelo menos 85% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e com 70% nos demais horários nesta terça-feira.

Segundo o Sindmotoristas, que representa motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo, a greve, foi chamada chamada por eles de "lockdown do sistema de transporte".

“Já tivemos muita paciência. Foram muitos protocolos, pedidos, reportagens, inclusive na TV, e até agora o poder público segue fazendo vista grossa às condições dos ônibus superlotados", afirmou Noventa à tarde, em nota.

A Prefeitura de Guarulhos, gestão Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), afirmou não ter sido informada sobre a greve dos motorista e cobradores. "Essa informação tem de chegar de forma oficial 72 horas antes, como determina a lei", diz trecho de nota enviada à tarde, antes do acordo com o governo estadual.

A gestão Bruno Covas não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Riscos

Profissionais CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) podem cruzar os braços no próximo dia 27, por tempo indeterminado, segundo o Stefsp (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo). A categoria reivindica, além da vacinação, reajuste salarial e participação nos lucros.

Relatório da administração do Metrô divulgado na última semana mostra que embora a pandemia tenha tirado passageiros nos primeiros meses da chegada do vírus ao Brasil, foram feitas quase 3 bilhões de viagens nos transportes públicos que passam pela capital, entre metrô (764 milhões), CPTM (505 milhões) e ônibus municipais (1,6 bilhão).

Segundo os sindicatos de cada categoria, foram registradas 22 mortes e 1.500 contaminações de funcionários do metrô, quase 50 mortes na CPTM, e 167 mortes, além de 2.084 infecções, entre motoristas e cobradores de ônibus na capital.

Dados do governo estadual, gestão João Doria (PSDB), indicavam, até a publicação desta reportagem, que 1.714,685 pessoas haviam tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na capital paulista e 924.599 a segunda. Em Guarulhos haviam sido imunizados, respectivamente, 106.209 e 56.842.

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