A quantidade de pessoas que morreram à espera de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atendimento de casos graves de Covid-19 no Estado chegou a pelo menos 532 casos em 29 cidades. Do total, 440 foram registrados no mês de março, e 92, nos primeiros cinco dias deste mês de abril.

O levantamento foi feito em 71 cidades do estado de São Paulo, 11% do total de 645 municípios paulistas. Desse total, 51 responderam as perguntas da reportagem. Outras 6 administrações municipais que já haviam registrado mortes à espera de um leito de UTI não responderam, assim como outras 14 prefeituras.

A quantidade registrada agora significa um avanço de 58,3% no comparativo com a última vez que a sondagem foi feita, há seis dias. Na última quarta-feira, dia 31 de março, ao menos 325 pessoas de 24 cidades diferentesr haviam morrido antes de conseguir uma vaga de um leito de UTI para tratamento.

Segundo balanço do governo estadual, nesta segunda-feira (5), 12.963 pessoas estão internadas em leitos de UTI Covid. Hoje, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 90,6% no Estado e de 90,5% na Grande São Paulo.

O estado de São Paulo registra nesta segunda-feira (5) 29.510 pacientes internados. Embora o número se mantenha elevado, é equivalente ao balanço de ontem, indicando estabilidade na demanda hospitalar.

O número de 92 mortes à espera de um leito de UTI apenas nos cinco primeiros dias, é mais do que o dobro do primeiro balanço feito em 11 de março, quando foram registrados 42 casos, e se aproxima dos 104 casos anotados no dia 19 de março.

Os dados demonstram que as mortes à espera de um leito de UTI estão em ritmo descontrolado. A média diária atual é de 18,4 mortes à espera de um leito de UTI, o triplo da média diária dos primeiros 19 dias do mês de março (5,47/dia) e bem acima (avanço de 29,5%) da média diária de todos os 31 dias do mês de março, quando a média diária ficou em 14,2.

Outro dado preocupante é a quantidade de pessoas à espera de um leito de UTI Covid. Segundo o levantamento da reportagem, nesta segunda-feira (5), ao menos 552 pessoas de 34 cidades estão em situação grave e precisam de uma transferência para um leito de UTI Covid.

Juntas, essas 34 cidades representam apenas 5,2% do total dos 645 municípios paulistas.

Alta demanda

Ao menos 1,5 mil pedidos de internação são recebidos todos os dias na Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). Ao menos 35% são solicitações para leitos de UTI.

Essa demanda vem crescendo e colocam a rede de UTIs paulista à beira do colapso . Em 10 de março, a média de pedidos era de 1,2 mil diariamente, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. O número atual representa uma evolução de 117% no comparativo do pico da pandemia de 2020, quando, em junho, 690 pedidos eram anotados todos os dias.

No intervalo de um ano foram realizadas 190 mil regulações de Covid-19, segundo o governo estadual.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde, gestão João Doria (PSDB), admite que a rede está sobrecarregada. “Devido ao recrudescimento da pandemia de COVID-19 e o aumento exponencial de internações, a sobrecarga na rede de saúde já é uma realidade em diversos locais e os serviços do SUS esforçam-se para garantir assistência adequada e oportuna a todos”, informa trecho do documento.

Lista

• Bauru 55
• Franco da Rocha 54
• Bragança Paulista 52
• Francisco Morato 42
• Ribeirão Pires 38
• São Bernardo 36
• Taboão da Serra 35
• Itapecerica da Serra 26
• Caieiras 22
• Guarulhos 21
• Itaquaquecetuba 21
• Buri 19
• Diadema 18
• Jandira 16
• Dracena 13
• Mauá 13
• São Caetano 11
• São Carlos 9
• Rio Grande da Serra 7
• Barretos 4
• Guararema 4
• Nova Granada 4
• São Paulo 4
• Juquitiba 2
• Presidente Prudente 2
• Ribeirão Bonito 1
• Irapuã 1
• Poá 1
• Tabapuã 1