Ao menos 300 mil pessoas em todo o estado de São Paulo não apareceram para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 até esta terça-feira (27), segundo a Secretaria Estadual de Saúde, da gestão João Doria (PSDB). Especialistas alertam para que o prazo seja respeitado, já que a pessoa só é considerada imunizada se tomar as duas doses.

“Todos os dados que temos de segurança e eficácia foram obtidos a partir da segunda dose. Se a pessoa não tomar o reforço, pode ficar vulnerável à doença”, afirma a médica Monica Levi, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Assim, é importante observar o dia para retorno anotado no cartão de vacinação quando a primeira dose é aplicada —veja abaixo as datas a partir do início da imunização de cada faixa etária, de acordo com o calendário oficial no estado de São Paulo.

No caso da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, a orientação é que o reforço seja tomado de 21 a 28 dias depois da primeira dose. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca conta com um intervalo maior, de 12 semanas após a primeira imunização.

O assunto do atraso na imunização foi um dos temas da coletiva à imprensa desta quarta-feira (28), em que o governo estadual anunciou as medidas que vem tomando no enfrentamento à pandemia no estado de São Paulo.

Tanto o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, quanto o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmaram que o atraso não interfere na eficácia da primeira dose e alertaram que é preciso tomar o reforço.

“Eventualmente, algumas pessoas, ou porque estejam em viagem, em curso de alguma doença ou pela indisponibilidade da vacina em algum determinado posto, podem ter postergado essa segunda dose. Mas isso, de forma alguma, invalida a primeira”, disse o secretário.

“Mesmo que a pessoa tome 15 dias, 20 dias, um mês após a data prevista, o importante é que tome a segunda dose”, afirmou o presidente do Instituto Butantan.

Ambos afirmaram que mesmo após a vacinação, as pessoas não devem abrir mão dos protocolos sanitários, sobretudo o uso de máscaras, álcool em gel, higienização das mãos e manter o distanciamento social.

Se o prazo for ultrapassado, a pessoa poderá procurar um posto de saúde para obter orientações e completar a imunização.

Os órgãos de saúde alertam para que não seja feita a aplicação da dose de reforço de fornecedor diferente da primeira. Ou seja, se uma pessoa tomou a primeira dose da CoronaVac, não é recomendado que ele tome o imunizante da AstraZeneca, e vice-versa. ​O motivo é não haver evidências científicas quanto à eficácia de usar dois imunizantes diferentes.

VEJA QUANDO TOMAR A SEGUNDA DOSE

De acordo com o início da imunização de cada grupo, conforme o calendário oficial do governo estadual

Grupo	Data de início da vacinação	Data prevista para a 2ª dose da Coronavac*	Data prevista para a 2ª dose da Pfizer ou da Oxford/AstraZeneca*
Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas	17 de janeiro	7 a 14 de fevereiro	11 de abril
Acima de 90 anos	8 de fevereiro	1 a 8 de março	3 de maio
De 85 a 89 anos	12 de fevereiro	5 a 12 de março	7 de maio
De 80 a 84 anos	27 de fevereiro	20 a 27 de março	22 de maio
De 77 a 79 anos	3 de março	24 a 31 de março	26 de maio
De 75 a 76 anos	15 de março	5 a 12 de abril	7 de junho
De 72 a 74 anos	19 de março	9 a 16 de abril	11 de junho
De 69 a 71 anos	26 de março	16 a 23 de abril	18 de junho
68 anos	2 de abril	23 a 30 de abril	25 de junho
Profissionais da Segurança Pública e Administração Penitenciária	5 de abril	26 de abril a 3 de maio	28 de junho
Profissionais da educação com mais de 47 anos	10 de abril	1 a 8 de maio	3 de julho
67 anos	12 de abril	3 a 10 de maio	5 de julho
De 65 a 66 anos	21 de abril	12 a 19 de maio	14 de julho
64 anos	23 de abril	14 a 21 de maio	16 de julho
63 anos	29 de abril	20 a 27 de maio	22 de julho
De 60 a 62 anos	6 de maio	27 de maio a 3 de junho	29 de julho
Pessoas com síndrome de down (de 18 a 59 anos)	10 de maio	7 de junho	02 de agosto
Pacientes renais em diálise (de 18 a 59 anos)	10 de maio	7 de junho	02 de agosto
Transplantados imunossuprimidos (de 18 a 59 anos)	10 de maio	7 de junho	02 de agosto
Metroviários e ferroviários	11 de maio	1 a 8 de junho	03 de agosto
Motoristas e cobradores de ônibus	18 de maio	8 a 15 de junho	10 de agosto

*Considerando um intervalo de 21 a 28 dias para a Coronavac e de 84 dias para a Pfizer e Oxford/AstraZeneca (a partir da data de início da vacinação no Estado)

Fontes: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo