Cerca de 278 mil pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não apareceram para receber o reforço, no estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, gestão João Doria (PSDB).
Na capital paulista, até a manhã desta sexta-feira (23), 81.062 pessoas não haviam comparecido aos postos de imunização para tomar o reforço, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB).
A pasta afirma estar entrando em contato com estas pessoas para orientá-las sobre a importância da vacinação e para entender os motivos da abstenção.
Segundo a secretaria, os motivos "podem ser desde uma mudança de endereço, como a espera por um acompanhante para ir ao local de vacinação, e até mesmo um esquecimento".
No caso da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, a orientação é que o reforço seja tomado de 21 a 28 dias depois da primeira dose. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca conta com um intervalo maior, de 12 semanas após a primeira imunização.
"A eficácia que nós conhecemos [da vacina] é de quando nós fazemos a segunda dose no prazo estabelecido pelos estudos. É importante que a gente obedeça esse prazo", explica Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Segundo a médica, a pessoa que se esqueceu de tomar o reforço, assim que lembrar, deve dirigir-se imediatamente ao local que tomou a primeira para receber a segunda.
"Caso a vacina esteja em falta, uma ou duas semanas a mais não vão possivelmente atrapalhar a proteção, mas é importante que, assim que a vacina estiver disponível, que se tome a segunda dose e mantenha em dia o calendário", complementa.
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que há indicação na carteira vacinal da data de retorno para o reforço.
Em nota, a pasta afirma que "conta com o apoio da população para que a campanha de vacinação contra a Covid-19 seja efetiva, com respeito aos protocolos e prazos indicados nas bulas das vacinas".
"Cabe lembrar que, com o início da campanha de vacinação contra a gripe, quem se imunizou contra Covid-19 deve aguardar pelo menos 14 dias para se vacinar contra o vírus Influenza. Para receber a segunda dose contra o novo coronavírus Covid-19, deve também aguardar outros 14 dias", diz o texto.
Busca ativa das abstenções na capital
Para identificar aqueles que não se vacinaram na capital, a Secretaria Municipal da Saúde extrai do sistema Vacivida a relação de pessoas que ainda não receberam a segunda dose e realiza o georreferenciamento entre o endereço da pessoa e a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima. Então, os profissionais do posto entram em contato com as pessoas para orientá-las sobre a importância da vacinação correta e verificar os motivos da abstenção.
Segundo a secretaria, as UBSs que possuem equipes do Programa Estratégia Saúde da Família também fazem parte deste trabalho. Os agentes comunitários, em suas visitas casa a casa, alertam a população sobre a importância da imunização correta com as duas doses e, também, monitoram os pacientes que não tomaram nenhuma das doses ou apenas a primeira dose.
Médicos e enfermeiros também realizam o alerta durante atendimento médico. O sistema Vacivida avisa a pessoa a ser vacinada, via celular, da chegada do prazo de sua segunda dose da imunização.
"O órgão conta com o compromisso e entendimento dos imunizados com a primeira dose para buscarem o serviço de Saúde para a segunda dose, conforme preconizado, contribuindo no combate à Covid-19", diz nota da pasta.
CALENDÁRIO
Grupo | Data de início da vacinação | Data prevista para a 2ª dose da Coronavac* | Data prevista para a 2ª dose da Oxford/AstraZeneca* |
Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas | 17 de janeiro | 7 a 14 de fevereiro | 11 de abril |
Acima de 90 anos |
8 de fevereiro |
1 a 8 de março | 3 de maio |
De 85 a 89 anos | 12 de fevereiro | 5 a 12 de março | 7 de maio |
De 80 a 84 anos | 27 de fevereiro | 20 a 27 de março | 22 de maio |
De 77 a 79 anos | 3 de março | 24 a 31 de março | 26 de maio |
De 75 a 76 anos | 15 de março | 5 a 12 de abril | 7 de junho |
De 72 a 74 anos | 19 de março | 9 a 16 de abril | 11 de junho |
De 69 a 71 anos | 26 de março | 16 a 23 de abril | 18 de junho |
68 anos |
2 de abril |
23 a 30 de abril | 25 de junho |
Profissionais da Segurança Pública e Administração Penitenciária | 5 de abril | 26 de abril a 3 de maio | 28 de junho |
Profissionais da educação com mais de 47 anos | 10 de abril | 1 a 8 de maio | 3 de julho |
67 anos | 12 de abril | 3 a 10 de maio | 5 de julho |
De 65 a 66 anos | 21 de abril | 12 a 19 de maio | 14 de julho |
64 anos |
23 de abril |
14 a 21 de maio | 16 de julho |
63 anos | 29 de abril | 20 a 27 de maio | 22 de julho |
De 60 a 62 anos |
6 de maio | 27 de maio a 3 de junho | 29 de julho |
Pessoas com síndrome de down (de 18 a 59 anos) | 10 de maio | 7 de junho | 02 de agosto |
Pacientes renais em diálise (de 18 a 59 anos) | 10 de maio | 7 de junho | 02 de agosto |
Transplantados imunossuprimidos (de 18 a 59 anos) | 10 de maio | 7 de junho | 02 de agosto |
Metroviários e ferroviários | 11 de maio | 1 a 8 de junho | 03 de agosto |
Motoristas e cobradores de ônibus | 18 de maio | 8 a 15 de junho |
10 de agosto |
*Considerando um intervalo de 21 a 28 dias para a Coronavac e de 84 dias para a Oxford/AstraZeneca (a partir da data de início da vacinação no Estado)
Fontes: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
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