Paulistanos voltam a enfrentar longas filas para se vacinar contra Covid-19

Em uma unidade de saúde, na região de Indianópolis (zona sul da capital paulista), ao menos 90 pessoas aguardavam pela imunização na manhã desta segunda-feira (5)

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O início da vacinação contra a Covid-19 para pessoas de 41 anos, nesta segunda-feira (5), teve longas filas em alguns postos na cidade de São Paulo.

Por volta das 7h50, a UBS Sigmund Freud, na região de Indianópolis (zona sul), ao menos 90 pessoas esperavam para serem vacinadas.

Na mesma região, a UBS Max Perlaman contava com ao menos 50 pessoas na espera pela vacina no início da manhã.

Com um misto de ansiedade e alívio, a musicista Mariela Micheletti, 41 anos, aguardava a sua vez na UBS Max Perlaman. Ela contou que conheceu algumas pessoas que morreram por causa da Covid-19, e outras de sua família que sofreram por causa da doença. “Estava ansiosa por esse momento”, afirmou.

O comerciante Edir Danin, 41, disse que estava tranquilo, pois se cuida desde o início da pandemia, em março do ano passado. “O brasileiro só se preocupa quando o problema já está instalado e não em prevenir.".

Nesta segunda, a Prefeitura de São Paulo inaugurou mais um megaposto de vacinação, o do Buffet Colonial, no número 300 da avenida Indianópolis, no bairro de mesmo, nome da zona sul. A 350 metros dali, no número 650 da avenida, funciona a UBS (Unidade Básica de Saúde) Sigmund Freud.

Perto das 7h50, a reportagem contou ao menos 90 pessoas na fila da UBS, que abriu as portas às 7h. No megaposto, que começou a funcionar uma hora depois, não havia ninguém esperando para ser atendido.

Ao serem informadas que a poucos metros da UBS um outro local de vacinação começou a funcionar e não havia fila, algumas pessoas foram até o megaposto. Uma delas foi o consultor de projetos Fábio Vintorin, 41. “Moro aqui na região e conheço a UBS, mas não saiba desse posto”, afirmou.

Ao chegar no novo local, Vintorin recebeu a carteirinha de vacinação das mãos do prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Se eu tivesse ficado lá [na UBS] nem sei que horas eu ia sair”, disse.

Outra pessoa que saiu da enorme fila da UBS para se dirigir ao novo local foi o administrador de empresas, Rafael Michinhote, 41. “Moro na região e pesquisei para ver qual era o local mais fácil. Acessei pelo aplicativo [De Olho na Fila] e indicou esse aqui. Deveriam avisar melhor”, afirmou.

O comerciante Edir Danin, de 41 anos, na fila de vacinação da UBS Max Perlman, na Vila Nova Conceição (zona sul de São Paulo) - Rivaldo Gomes/Folhapress

Ao ficar sabendo que a fila da UBS estava lotada e ninguém havia avisado as pessoas sobre a nova opção próxima dali, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, mandou que os responsáveis pela vacinação avisassem sobre a alternativa.

Aparecido afirmou que uma das funções dos megapostos é a de justamente desafogar as UBS de referência. Nesta terça-feira, por exemplo, será aberto um novo megaposto, o da FMU Campos Santo Amaro, na Vila Nova Conceição (zona sul). Ela servirá como opção para a UBS Max Perlman, distante a 450 metros dali.

A prefeitura anunciou nesta segunda que a vacinação contra a Covid-19 de pessoas de 40 anos foi antecipada para a quarta-feira (7). Inicialmente marcada para quinta (8), a alteração no calendário foi possível após o envio no último sábado (3) de 130 mil doses pelo governo estadual.

São ao menos 266 mil pessoas de 41 anos e 40 anos a serem imunizadas nesta semana.

Caça-vacinas

Nos três pontos de vacinação visitados pela reportagem nesta segunda, nenhuma das pessoas entrevistas disse que estava ali por causa de uma determinada vacina. Muitos, mesmo sabendo que o imunizante disponível não era da Pfizer ou da Janssen, as duas marcas mais requisitadas, permanecem na fila de vacinação.

Os caça-vacinas, também chamados de sommeliers de vacina por optarem por algumas fabricantes em detrimento de outras, não sofrerão nenhuma sanção por devem ser barrados nos postos, segundo disse o prefeito Ricardo Nunes.

"A gente tem alguns casos relacionados à escolha de vacina, mas não são relevantes. Inclusive, na região periférica, quase não temos nenhuma informação sobre essa questão. É muito diferente a cidade de São Paulo na comparação com municípios", disse Nunes.

Algumas cidades do estado, entre elas São Bernardo e São Caetano do Sul, ambas no ABC, determinaram que a pessoa que se recusar a receber o imunizante disponível no momento da vacinação será colocado no final da fila.

Notícias relacionadas