Prefeitura de São Paulo investiga sogra de homem identificado com a variante delta
Diagnóstico é essencial para concluir se há transmissão comunitária na cidade da cepa identificada pela primeira vez na Índia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A Prefeitura de São Paulo está monitorando a família da mulher do homem infectado pela variante delta do novo coronavírus. Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a sogra do paciente está com Covid-19. O resultado da investigação deve sair nesta quarta-feira (14).
A Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, investiga ao menos 40 pessoas no território de abrangência da UBS (Unidade Básica de Saúde) Belenzinho, na zona leste, que tiveram contato com o paciente zero ou com familiares dele.
“Foi identificada com [diagnóstico] de Covid-19 positivo a mãe da esposa desse paciente de 45 anos, que foi identificado no nosso teste [sequenciamento genético] com a variante [delta]. Mas, ainda não tem a confirmação que a mãe da esposa tem confirmado [a variante delta]. Então, é muito precoce para a gente falar em transmissão comunitária", afirmou o prefeito Ricardo Nunes, em entrevista nesta terça-feira (13) à rádio CBN.
Nunes disse não haver, por ora, preocupação por parte da Prefeitura de São Paulo com a transmissão comunitária. "Até o presente momento só há essa pessoa de 45 anos identificada [com a variante delta]”, afirmou o prefeito.
No dia 19 de junho, um homem de 45 anos procurou a UBS Belenzinho referindo sintomas que poderiam ser da Covid-19. Ele relatou aos agentes de saúde que trabalha em casa e informou não ter viajado e nem teve contato com quem fez viagens recentemente. Dois dias após o atendimento na UBS, saiu o resultado positivo para Covid-19. A mulher dele, de 43 anos, também foi infectada pelo novo coronavírus. Além dos dois, o enteado de 26 anos e o filho do casal, de 9 anos, cumpriram isolamento, conforme protocolo sanitário, mesmo ainda não tendo exames confirmados para Covid.
“Sobre a variante, estamos durante o dia de hoje (13) fazendo a investigação dos familiares da esposa dele, que também contraíram a Covid-19, então estamos fazendo a investigação se algum deles viajou ou teve contato com viajante. Nós acreditamos que no mais tardar amanhã pela manhã a gente tenha essa linha de investigação concluída”, esclareceu o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, durante visita ao Hospital Dia São Miguel.
Sequenciamento
A Secretaria Municipal de Saúde envia para sequenciamento genético 250 amostras por semana epidemiológica ao Instituto Butantan. Outras 300 vão para estudo de variantes nos institutos Adolfo Lutz e de Medicina Tropical da USP, com o objetivo de identificar as cepas em circulação no município.
Devido à detecção dessa variante do novo coronavírus, primeiramente identificada na Índia em outubro do ano passado e que causou milhares de mortes no país asiático, a secretaria começou, no dia 27 de maio, a monitorar passageiros que desembarcam nos terminais rodoviários da capital e, também, no aeroporto de Congonhas. “Até o momento, foram abordados 215.343 passageiros, com 125 testes realizados (oito casos positivos). Esses passageiros foram orientados a fazer o isolamento social”, informou em nota a Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) nas Américas, além do Brasil outros 13 países do continente americano já registram a circulação da cepa delta. Pesquisadores apontam que essa variante possivelmente apresenta um nível de transmissibilidade maior.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que até o momento são 20 casos notificados da variante delta no Brasil. Os seis primeiros foram confirmados entre a tripulação de um navio oriundo da Malásia ancorado na costa maranhense, em maio. Três casos no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais, sete no Paraná, dois em Goiás e um em São Paulo. Foram quatro mortes confirmadas, sendo uma no Maranhão e três no Paraná. “Os dados coletados até o momento não demonstram circulação comunitária, no entanto, é importante ressaltar que as investigações estão em andamento”, esclarece.