PMs dispararam 36 vezes em tiroteio com suspeito de matar ex-mulher na zona norte de SP
Homem de 35 anos permanece internado, ferido com três tiros; ele mantinha a vítima como refém na casa dela
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Um homem de 35 anos permanece internado no HGG (Hospital Geral de Guarulhos), ferido com três tiros, após supostamente matar a ex-mulher, na casa dela, na Vila Maria (zona norte da capital paulista), por volta das 16h de segunda-feira (17). Os ferimentos ocorreram em um tiroteio do suspeito com sete policiais militares, dos quais três ficaram feridos, sem gravidade.
Segundo o que foi registrado pelo 73º DP (Jaçanã), o suspeito teria atirado contra a mulher na sacada da residência dela, acertando a região do tórax. Em seguida, o suspeito foi para a rua, onde se deparou com os PMs, protegidos com escudos. Ele fez os disparos e os PMs reagiram.
O suspeito permanecia internado estável, com escolta policial, até a publicação desta reportagem. Nenhum advogado ainda se apresentou para defendê-lo, segundo a polícia.
As investigações irão esclarecer como o homem entrou na casa, além do que teria motivado o crime. O período em que a mulher de 42 anos se relacionou com o suspeito, além da motivação para o fim do casamento, também são investigados.
Registros do 73º DP apontam que o homem, segurando um revólver calibre 38, negligenciou as tentativas dos policiais para se entregar, mirando na sequência em direção aos agentes e, segundo boletim de ocorrência, atirando. Ele descarregou os seis tiros de sua arma, com numeração raspada.
Por causa disso, sete policiais militares revidaram, com 36 tiros, sendo seis de fuzil calibre 556 e os outros 30, de pistolas calibre ponto 40, segundo consta no boletim de ocorrência.
A saraivada de disparos resultou em três ferimentos no suspeito, sendo um no lado direito do tórax, outro na nadega esquerda e mais um no antebraço direito. Ele permanece internado —escoltado por policiais do 5º Batalhão da PM e sem previsão de alta— no HGG (Hospital Geral de Guarulhos), na Grande São Paulo.
Após o tiroteio, PMs foram até o interior da casa da vítima, encontrando-a já morta. Além do ferimento de tiro no tórax, a polícia identificou três cortes na barriga de Maria, resultantes de supostas facadas. A faca usada contra a vítima não havia sido apreendida até a publicação desta reportagem.
Nesta segunda-feira, a PM havia informado que a vítima era casada com o suspeito. Porém, na tarde desta terça-feira, a SSP (Secretaria da Segurança Pública), corrigiu a informação, afirmando que Maria é ex-mulher do atirador. A pasta não deu mais detalhes sobre o caso.
Legítima defesa
Com base em vídeos feitos por moradores, a Polícia Civil afirma que a conduta dos policiais militares, ao atirarem contra o suspeito, configura como "legítima defesa", "haja terem atuado [PMs] dentro dos limites para repelir a injusta agressão pelo indiciado", diz trecho de documento policial.
Mesmo internado, o suspeito foi indiciado em flagrante por homicídio duplamente qualificado, por meio cruel e por feminicídio (quando a vítima é morta por ser mulher). Ele também foi indiciado por resistência, porte ilegal de arma, lesão corporal e tentativa de homicídio. O homem não contava com histórico criminal anterior, de acordo com a polícia.
Dos três PMs feridos, dois já tiveram alta e um permanecia internado, sem risco de morrer, no Hospital da PM, na zona norte de São Paulo, informou a corporação na tarde desta terça.
A SSP não deu detalhes sobre o andamento das investigações, assumidas pelo 90º DP (Parque Novo Mundo), que irá colher o depoimento do suspeito, quando ele se recuperar dos ferimentos dos tiros.