Descrição de chapéu Zona Norte transporte público

Tatuzão começa a ser montado para obra da linha 6-laranja do metrô de SP, atrasada há 8 anos

Trabalhos começaram efetivamente em 2015, com previsão de entrega em 2020, mas foram interrompidos em 2016

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São Paulo

Pouco mais de dez meses após a retomada das obras de costrução da linha 6-laranja do metrô, que vai ligar a zona norte da capital paulista ao centro, o equipamento que irá perfurar a terra para a construção das estações subterrâneas, chamado de "roda de corte", foi içado e descido abaixo do nível do solo na manhã desta terça-feira (17), para compor uma tuneladora, popularmente conhecida como"tatuzão" -- máquina usada para fazer os túneis das linhas.

As obras da linha 6-laranja, inicialmente prometida para 2013, começaram em 2015, com previsão de entrega em 2020. Porém, a construção foi parada em 2016, sendo retomada em outubro do ano passado.

A nova previsão para a entrega das 15 estações de metrô, obra realizada em uma PPP (Parceria Público Privada) entre o governo estadual e a empresa espanhola Acciona, é 2025. Ela está orçada em R$ 15 bilhões, sendo metade custeada por cada parte. Das 15 frentes de trabalho montadas para realizar as obras, segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, falta a liberação de somente uma.

Quando entrar em operação, segundo o governo estadual, a linha atenderá 630 mil pessoas por dia, além de realizar em 23 minutos um trajeto que, de ônibus, dura cerca de uma hora e meia.

Enquanto a roda de corte, de cerca de 130 toneladas, era içada para ser colocada abaixo do nível do solo, o diretor de País-Brasil da Acciona, André De Angelo, responsável pela obra, explicou que este equipamento será a principal peça de um dos tatuzões, cada qual com cerca de 100 metros de extensão.

Roda de corte de 130 toneladas é içada em canteiro de obras da linha 6-laranja do metrô, na manhã desta terça-feira (17), na zona norte da capital paulista - Zanone Fraissat/Folhapress

"Roda de corte, como o próprio nome diz, vai na frente [do tatuzão] cortando o solo. Ela é a principal peça, responsável por ir escavando [os túneis]", afirmou, em coletiva de imprensa, na região da Freguesia do Ó (zona norte), onde se concentra uma das 15 frentes de trabalho da obra.

A previsão é a de que o primeiro tatuzão fique pronto para escavar até 31 de dezembro, segundo o governo estadual e a Acciona.

Assim que estiver pronto, o equipamento irá escavar um trecho de dez quilômetros, possibilitando o acesso ao mesmo número de estações. A previsão para a conclusão desta fase da obra é de 17 meses, de acordo com os responsáveis.

Depois disso, outro tatuzão escavará no sentido norte da linha, de 5,3 quilômetros. Esta etapa, apesar de contar com um trecho mais curto e cinco estações, demorará 30 meses, segundo os construtores, pelo fato de o solo perfurado ser rochoso -- diferentemente do sentido sul, que é mais maleável.

A tuneladora que abrirá túneis em direção à zona norte da cidade, com solo rochoso, fará entre 8 e 9 metros de escavações diárias, segundo a empresa espanhola. Já o equipamento que perfurará no sentido oposto, com terreno mais maleável, fará entre 13 e 14 metros por dia.

Após concluída, a linha contará com 15,3 quilômetros de extensão, ligando a Brasilândia (zona norte) à estação São Joaquim (centro) e fazendo ligação com outras duas linhas do metrô e também duas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Quando as escavações começarem efetivamente, em 2022, os atuais 3.100 funcionários aumentarão para 9.000, ressaltou o secretário de Transportes Metropolitanos, acrescentando que serão usados diariamente 3.000 caminhões para transportar a terra escavada pelo tatuzão.

O governador João Doria (PSDB) ressaltou, ainda na manhã desta terça, que as obras das novas linhas do metrô seguem protocolos para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, seguindo um plano de longo prazo para que o estado tenha "emissão zero" de carbono, até 2050.

"Assinamos, na semana passada, nosso compromisso com 'carbon zero'. São Paulo terá emissão zero de carbono, o estado de São Paulo [até 2050]. Vamos ratificar [nosso compromisso de emissão zero de carbono] na COP (Cúpula do Clima) em Glasgow, capital Escócia [em novembro]", afirmou Doria, referindo-se à Race to Zero, campanha da ONU (Organização das Nações Unidas) para reduzir emissões poluentes e mitigar efeitos das mudanças climáticas.

Segundo relatório da entidade, divulgado no último dia 9, há "mudanças irreversíveis" no planeta, por conta da ação humana, como o derretimento de geleiras, além da perda de biodiversidade.

As mudanças climáticas também criarão eventos extremos, como aumento de queimadas em vegetação, estiagem e também excesso de chuva.

O que é o tatuzão

Estações

  • Brasilândia
  • Vila Cardoso
  • Itaberaba
  • João Paulo 1º
  • Freguesia do Ó
  • Santa Marina
  • Água Branca
  • Pompeia
  • Perdizes
  • Cardoso de Almeida
  • Angélica-Pacaembu
  • Higienópolis-Mackenzie
  • 14 Bis
  • Bela Vista
  • São Joaquim

Interligação

  • Linha 1-azul
  • Linha 4-amarela
  • Linhas 7-rubi e 8-diamante da CPTM

Atraso

  • Obras tiveram início em 2015
  • Previsão de entrega era para 2020
  • Construção da linha está paralisada desde 2016

Investimento e dimensão da obra

  • R$ 15 bilhões
  • 15 estações
  • 15,3 km de extensão
  • Expectativa de atender mais de 630 mil passageiros diariamente
  • Trecho será percorrido em 23 minutos
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