Variante delta já foi detectada em todas as regiões da capital paulista, diz prefeitura

Secretaria Municipal da Saúde afirma que 50 casos de infectados pela cepa do coronavírus foram confirmados na cidade de São Paulo

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São Paulo

A Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, afirmou nesta quarta-feira (4) que casos da variante delta do coronavírus já foram detectados em todas as regiões do município. A gestão Ricardo Nunes (MDB) não informou, porém, se há concentração de pacientes com a cepa em bairros da capital.

Mais cedo, a pasta afirmou que a capital paulista conta com 50 diagnósticos para a nova variante e que as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estão investigando. A confirmação foi feita na terça pelo Instituto Butantan.

“A vigilância é feita por amostragem, com análise de amostras coletadas em todas as regiões, com o intuito de saber a distribuição percentual de quais variantes estão circulando na cidade ao longo do tempo”, diz.

Além do Instituto Butantan, a secretaria também mantém parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo) e possui a vigilância do laboratório estadual do Instituto Adolfo Lutz.

Semanalmente, cerca de 600 amostras são enviadas aos respectivos laboratórios. O objetivo do trabalho é identificar quais cepas circulam pela cidade. A ação com os laboratórios foi iniciada em abril de 2021.

O primeiro caso da variante delta no município foi confirmado em 7 de julho. O paciente é um homem de 45 anos que mora no Belenzinho (zona leste) e que, segundo ele, trabalha em casa e não teve contato com pessoas que voltaram de viagem.

Após monitorar cerca de 40 pessoas que tiveram contato com a família do paciente, a secretaria concluiu que já havia transmissão comunitária na cidade da cepa.

Por causa da variante, a secretaria instalou barreiras sanitárias nos terminais rodoviários da capital e no aeroporto de Congonhas (zona sul) para monitorar passageiros que chegam à cidade.

Além do monitoramento da variante, a prefeitura disse que desde terça o paciente sintomático e pessoas que moram com ele passaram a receber um kit com cartilha sobre cuidados no isolamento domiciliar e máscara do tipo N95.

Ao todo, a secretaria afirmou que já distribuiu 500 mil máscaras para as unidades de saúde entregarem aos pacientes que são atendidos e acompanhados pela rede de atenção básica, com monitoramento por 14 dias, avaliação clínica e oximetria, seguindo todos os protocolos de exames de acordo com a recomendação técnica.

A pasta disse que as medidas de controle e orientações para os casos suspeitos de Covid-19 são as mesmas para qualquer variante que estiver circulando, como o uso de máscara cobrindo nariz e boca, distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas, higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel e evitar aglomerações.

"A falta de uso de máscara torna a situação mais grave ainda. Estava muito alto [o número de transmissões] e quando dá uma diminuída as pessoas ficam mais felizes, mas estamos com um pico parecido com o do ano passado. Ainda estamos com altos índices de transmissão. E naquela época ainda estava tudo fechado, agora está tudo aberto", afirmou o infectologista Marcos Boulos, que faz parte do Comitê de Contingência que ajuda o governo do estado no combate à pandemia.

“Pessoas com casos suspeitos de síndrome gripal devem procurar uma unidade de saúde para avaliação clínica e investigação laboratorial. Os casos devem ficar em isolamento por no mínimo 10 dias e seus contatos próximos devem fazer quarentena de 14 dias”, afirma a prefeitura.

A variante delta do coronavírus Sars-CoV-2 (anteriormente chamada de B.1.617.2) foi primeiramente identificada na Índia em outubro de 2020 e é apontada como a principal responsável pelo surto de Covid-19 que atingiu o país asiático no início deste ano.

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