Prefeitura mantém uso obrigatório de máscara na cidade de São Paulo

Novo estudo indica necessidade de manutenção de equipamento de proteção

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (10) que o uso da máscara continua obrigatório na capital em todos os lugares abertos e fechados, ao menos até 5 dezembro. Ela só deve ser flexibilizada se houver avanço da vacinação da segunda dose para adolescentes e também dependerá de como estarão os índices de internação, mortes e novos casos.

A manutenção das máscaras faz parte de um plano de flexibilização apresentado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (10), que contou com vários técnicos que lidam com o combate à pandemia na capital, e com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

O início da flexibilização do uso obrigatório das máscaras em locais abertos só começará a ser planejado se 95% de toda a população elegível, ou seja, pessoas de 12 anos ou mais, estiverem completamente imunizadas. Atualmente esse índice é de 89,18%. A marca é prevista pela prefeitura para ser atingida até 5 de dezembro.

"Se continuarmos no mesmo ritmo de vacinação, poderíamos atingir os 95% de cobertura completa em torno do dia 5 de dezembro", disse a médica Paula Bisordi, coordenadora do núcleo epidemiológico da vigilância sanitária municipal.

O índice de 96,3% já foi atingido pela população adulta da capital. Porém, o complemento da vacinação é lento entre a faixa etária de 12 anos a 17 anos. Dos 844.073 adolescentes que já tomaram a primeira dose, apenas 162,197 apareceram para receber a segunda. Ou seja, apenas 19,2% do total desse público-alvo havia completado o esquema vacinal, que inclui as duas injeções, até o início da tarde de terça-feira (9).

"Acreditamos que teremos uma aceleração e não é necessário ampliarmos os locais de vacinação", afirmou Aparecido.

Ele classificou como eventual dificuldade o fato da redução do intervalo da primeira para a segunda dose, de 12 semanas para 8 semanas, para a lentidão no ritmo atual. Uma campanha de comunicação será feita para alertar os pais e responsáveis para a mudança.

Ambientes fechados

Aparecido afirmou que os estudos não levam em conta a possibilidade de retirada de máscaras em ambientes fechados. "Nós não discutimos ainda condições da não utilização das máscaras em locais fechados. O estudo todo sempre foi dos ambientes abertos", disse.

A data do dia 5 de dezembro, se efetivada, é posterior ao anunciado pelo governo estadual, que anunciou, no dia 3 deste mês, que o uso das máscaras começaria a ser flexibilizado a partir do dia 1º de dezembro, decisão que pode ser antecipada ou postergada, dependendo dos indicadores da pandemia.

A decisão da Prefeitura de São Paulo ocorre dois dias após os municípios do ABC (formado pelas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), decidirem manter a obrigatoriedade do uso das máscaras até ao menos o dia 31 de dezembro deste ano, inclusive em locais abertos.

"Falta bem pouco para entrarmos na fase verde", afirmou Nunes, em relação ao avanço dos indicadores que podem vir a permitir a retirada da máscara em locais abertos.

Estudo

A intenção original da gestão Nunes era a de liberar o uso obrigatório de máscaras já a partir do dia 15 de outubro. A ideia foi abortada três dias depois, após um estudo revelar a necessidade de manutenção do dispositivo. A justificativa foi a alta taxa de contágio à época.

Assim como no dia 18 de outubro último, a opção por manter as máscaras em todos os lugares abertos e fechados também é resultado de um novo estudo.

O primeiro estudo analisou 16.589 casos de pessoas com síndrome gripal que foram atendidas entre os dias 13 de setembro a 24 de setembro. Destas, 2.359 testaram positivo para a Covid-19, numa taxa de positividade de 14,2%.

À época, o estudo denominado RastCov Sampa (Rastreamento e Testagem de Contatos de Covid-19) havia indicado que 42,2% das pessoas que tiveram contato com pessoas contaminadas pela Covid-19 também desenvolveram a doença, mesmo estando em casa e, a maior parte delas, vacinada.

Metodologia nova

O novo estudo é denominado Plano Flexibilização - Medidas Não Farmacológicas. Esse possui uma metodologia diferente do primeiro estudo, apresentado no mês passado.

Em vez de analisar apenas alguns casos, ele é baseado em dois indicadores. O primeiro faz um cálculo dos níveis de transmissão da Covid-19, e o segundo, da assistência oferecida.

Em vez de analisar apenas alguns casos, ele é baseado em dois indicadores. O primeiro faz um cálculo dos níveis de transmissão da doençaq, e o segundo, da assistência oferecida.

Os níveis de transmissão são computados a partir de quantas hospitalizações, mortes e novos casos foram registrados a cada 100 mil habitantes da cidade de São Paulo. O resultado desse cálculo é classificado do verde (menos casos) ao vermelho (mais casos). da seguinte forma:

  • nível 1 – verde;
  • nível 2 – amarelo;
  • nível 3 – laranja;
  • nível 4 – vermelho

As hospitalizações estão classificadas no índice verde, o mais brando; no caso das mortes, está no nível 2, classificado como moderado; e no de novos casos, o 3, que aponta alta. Isso significa que, embora a quantidade de mortes e internações esteja relativamente controladas, a incidência de casos continue alta.

A nota média do cômputo desses três índices é 2, moderada.

Em relação às mortes, apesar de o governo estadual ter anunciado que na última segunda-feira (8) o estado não ter registrado nenhum óbito, Sandra Sabino, secretária-executiva de Atenção Básica da secretaria Municipal de Saúde, afirmou que duas pessoas morreram na cidade de São Paulo na mesma data, e que o número poderá aumentar, dependendo da atualização a se feita nos próximos dias.

"Nós registramos o óbito no nosso sistema por data de ocorrência e sempre aguardamos em torno de oito dias para que esse dado seja formalizado para divulgação", afirmou.

Sandra Sabino, secretária-executiva de Atenção Básica da secretaria Municipal de Saúde, ressaltou que a situação atual da capital é a melhor de todo o período pandêmico com relação às mortes por Covid. "Nós estamos caminhando certamente para o dia em que teremos zero óbito", disse.

As novas internações e solicitações de UTI estão dentro do que é considerado adequado, com tendência de queda nas próximas semanas, embora a letalidade seja moderada, ou seja, estável.

As projeções da prefeitura é de avanço da vacinação e, consequentemente, queda em todos os índices aferidos –casos, internações e mortes.

"Nós estamos caminhando muito bem. É preciso continuar seguindo a orientação da prefeitura. É preciso ir tomar a segunda dose. É preciso continuar com as máscaras. Não vamos esmorecer agora. Falta pouco, bem pouco para a gente entrar na fase verde e ter uma situação muito mais confortável ainda", disse o prefeito ao final da coletiva.

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