A Justiça de São Paulo condenou um homem e uma mulher acusados de participação na morte da menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, então com 12 anos, em junho de 2018, em Araçariguama (53 km de SP).
Após dois dias de julgamento, o juiz Flávio Roberto de Carvalho leu a sentença por volta das 20 horas desta terça-feira (9). Bruno Maciel Oliveira foi condenado a 36 anos e três meses de prisão pelo sequestro, morte e ocultação de cadáver. Já Mayara Borges de Abrantes foi sentenciada a 36 anos. Ela também foi acusada pelos mesmos crimes.
O servente de pedreiro Julio Cesar Lima Ergesse já havia sido condenado, no dia 21 de outubro de 2019, a 34 anos de prisão pela participação no crime.
Logo após a conclusão da leitura pelo magistrado, a defesa dos réus, sob responsabilidade dos advogados Clayton Wesley de Freitas Bezerra e Priscila Dias Modesto, confirmou que irá recorrer. O casal nega ter participado da morte da adolescente.
Durante a sentença, o juiz lembrou do passado dos réus, que responderam processos criminais antes de serem acusados pelo crime contra Vitória Gabrielly. O magistrado fez questão de ressaltar que Oliveira estava em regime aberto quando passou a ser suspeito pelo sequestro da menina.
O júri popular, que aconteceu no fórum de São Roque (66 km de SP), teve início por volta das 10 horas de segunda-feira (8). O primeiro dia foi destinado para ouvir as 14 testemunhas, sendo 10 de defesa e outras quatro de acusação. Dos sete jurados, quatro eram mulheres e três eram homens.
Segundo o Tribunal de Justiça, durante seu interrogatório, o réu Bruno Maciel Oliveira negou os fatos. Já Mayara Borges de Abrantes decidiu permanecer calada. Antes deles, um terceiro acusado pela morte da menina já havia sido julgado. Julio Cesar Lima Ergesse havia sido condenado a 34 anos de prisão em outubro de 2019. No entanto, sua defesa apresentou um recurso, no que conseguiu reduzir a pena para 23 anos e 4 meses.
O crime
Vitória desapareceu no dia 8 de junho de 2018, enquanto andava de patins. Logo após seu sumiço, que comoveu a cidade, as buscas tiveram início.
Seu corpo foi encontrado oito dias depois do desaparecimento, na zona rural de Araçariguama. A última vez que a menina havia sido vista com vida foi em imagens de câmeras de segurança, quando ela andava de patins perto de um ginásio esportivo.
Matéria publicada pelo Agora em julho de 2018 detalhou a cronologia dos fatos.
A menina teria sido sequestrada por engano, em virtude de uma dívida de drogas. Segundo a denúncia do Ministério Público, apresentada em julho daquele ano, os três suspeitos presos "são incapazes" de conviver em sociedade e contam "com traços de personalidade animalesca", pelo fato de sequestrar e matar Vitória Gabrielly, "mesmo sabendo que [ela] não possuía nenhum vínculo com a situação que pretendiam ‘resolver’".
Laudo da perícia feita pelo IML (Instituto Médico Legal) determinou que a jovem foi morta por asfixia provocada por esganadura, de forma violenta.
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