Pela quinta vez seguida, o Dia do Trabalho se passou com pouco ou nada para comemorar.

As más notícias começaram em 2015, quando o desemprego começou a subir com a recessão. Naquela época, a taxa do primeiro trimestre havia passado de 7,2%, em 2014, para 7,9%. Hoje isso parece até moleza.

O número chegou a um recorde de 13,7% em 2017. De lá para cá, caiu, mas muito pouco. Agora está em 12,7%, o que dá mais de 13 milhões de pessoas.

O problema atual é que já acabaram as esperanças de uma melhora mais rápida da economia com a chegada de um novo presidente. Mas o governo Jair Bolsonaro (PSL) até aqui não conseguiu inspirar muita confiança.

Por isso, empresários e consumidores continuam retraídos, sem coragem de gastar muito. O resultado é que a produção, as compras e as contratações quase não avançam _e às vezes até encolhem.

Além dos desempregados, o IBGE contou quase 7 milhões de pessoas trabalhando por menos horas do que desejam, por falta de oportunidade, e uns 8 milhões que poderiam trabalhar, mas nem estão procurando emprego.

Somando tudo, são mais de 28 milhões de brasileiros mal aproveitados pelo mercado, o maior número apurado desde 2012, quando começou essa estatística.

Não existe saída fácil dessa situação. O governo precisa fazer pelo menos a parte dele, que é consertar as contas do Orçamento e não inventar crise à toa.