A tramitação da reforma da Previdência sofreu novo atraso na Câmara dos Deputados. Está marcada para esta terça-feira (2), se tudo der certo, a apresentação formal da nova versão do texto à comissão especial encarregada de examinar a reforma, o que deveria ter ocorrido na semana passada.
Com isso, ficou mais difícil fazer a votação no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar de 17 de julho. E é bom lembrar que tudo ainda vai precisar passar pelo Senado também.
Para um assunto que é discutido há mais de 20 anos, um atraso de algumas semanas pode não parecer grande coisa. Mas, para o governo Jair Bolsonaro (PSL), é um problema considerável. E não deixa de ser um risco para o país também.
Até que se encaminhe a reforma, o Executivo e o Congresso praticamente não vão conseguir tratar de outra coisa. Enquanto isso, a economia está parada, a perigo de uma nova recessão, e o desemprego continua alto demais. É preciso sair logo dessa situação.
O Banco Central, por exemplo, já deu sinais de que pode baixar os juros, mas está com medo de um revertério na mudança das aposentadorias. Nesse cenário, o dólar subiria, levando junto a inflação. Assim, o BC prefere esperar.
Os empresários também evitam investir e contratar por ora, temendo uma piora do mercado logo à frente.
Se o atraso ainda pudesse servir para aperfeiçoar a reforma, vá lá. O mais provável, porém, é que políticos e categorias poderosas aproveitem o tempo extra para tentar manter privilégios.
Já que, pelo jeito, a sociedade precisa mesmo fazer sacrifícios na Previdência, melhor resolver esse assunto de uma vez e tratar dos outros problemas do país.
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