A falta de unidades de saúde em número suficiente, principalmente para os paulistanos que moram em bairros mais afastados, é um tormento antigo.
O problema vem se agravando nos últimos anos. Com o avanço do desemprego, muita gente que tinha plano de saúde e usava a rede particular agora precisa buscar atendimento no SUS, principalmente em equipamentos municipais.
A boa notícia é que a gestão Bruno Covas (PSDB) inaugurou há pouco mais três Unidades de Pronto Atendimento, as chamadas UPAs 24 horas, com serviços semelhantes aos de um hospital.
A má, porém, é que essas UPAs já enfrentam filas que ultrapassam a porta, longa espera e falta de médicos. O Vigilante Agora visitou todas as cinco unidades da capital e ouviu muita reclamação por parte dos pacientes.
Entregue há apenas duas semanas, a UPA Pirituba (zona norte), por exemplo, está novinha em folha. Mas o que adianta se a espera para ser medicado —inclusive os pacientes com dores— chegava a cinco horas? E o que dizer da máquina de raio-X, que já não funcionava?
“Não adianta ser bonito se não tem médico para os doentes”, resumiu bem uma aposentada de 75 anos na UPA São Miguel Paulista (zona leste). Lá só havia um clínico atendendo e um simples exame de sangue demorava cinco horas.
Apesar de condições semelhantes nas outras UPAs, a prefeitura limitou-se a dizer que encontrou “48 obras paradas” e que entregará novas unidades neste ano e em 2020. Sobre as falhas graves no atendimento, nenhuma palavra.
Ainda que novas UPAs ajudem a desafogar o gargalo da saúde, não é pedir demais que venham acompanhadas de uma estrutura mínima aos pacientes.
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