Educação perdida

Ministro gasta tempo batendo boca e falando bobagem nas redes sociais

Embora a disputa seja acirrada em Brasília, a educação talvez seja a área em que o governo Jair Bolsonaro mostra maior incompetência.

O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

Comandado desde abril pelo tagarela Abraham Weintraub, que substituiu o trapalhão Ricardo Vélez, o MEC chega ao fim deste ano tendo feito pouco ou nada para combater os problemas que mais afligem o ensino nacional.

O péssimo desempenho foi relatado por uma comissão da Câmara dos Deputados, cujo relatório, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta para um estado de paralisia da pasta, tanto no planejamento quanto na implementação dos programas.

Um exemplo claro é a nova Política Nacional de Alfabetização. Única meta específica estabelecida pelo ministério nos primeiros cem dias de governo, a iniciativa até o momento não saiu do papel.

O documento aponta ainda atraso em projetos prioritários, como o Plano Nacional de Educação, conjunto de 20 objetivos a serem cumpridos até 2024, e o currículo nacional para as escolas.

Entre as causas do pífio desempenho, segundo o texto, está o entra e sai constante nos cargos de comando, como poucas vezes se viu na Esplanada.

Enquanto deixa de lado o enfrentamento das principais mazelas da educação, Weintraub se dedica a projetos de agrado do presidente, como as escolas cívico-militares, que têm alcance pequeno. Isso quando não gasta tempo batendo boca e falando bobagem nas redes sociais. Ele chegou ao ponto de atacar a Proclamação da República.

Tudo somado e subtraído, este 2019 é um ano perdido para a já precária educação pública brasileira. Esse é um luxo que o país não pode se permitir.

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