Beira a indecência, mas o Congresso quer torrar R$ 3,8 bilhões em 2020 com o fundo criado para financiar as eleições --R$ 1,8 bilhão além do previsto.
Do PSL ao PT, passando pelo mal-afamado centrão, 13 partidos se mancomunaram para impor ao país uma gastança nas eleições municipais do ano que vem que só interessa aos políticos.
Essa turma age como se o Brasil não enfrentasse um duro arrocho no Orçamento. Falta dinheiro para tudo, do custeio ao investimento, e eles ainda abusam da paciência do contribuinte.
Como há uma lei que impõe um teto de gastos ao governo, a farra terá de ser compensada com cortes em outros setores e serviços. Chegou-se inclusive a cogitar retirar grana da saúde, do saneamento, da habitação e até da educação. A ideia revoltante, porém, perdeu força.
O fato é que de algum lugar essa bolada terá de sair. Como se não bastasse, o controle sobre esses recursos bilionários é mínimo. Os caciques dos partidos usarão as verbas para financiar seus milhares de cabos eleitorais e apadrinhados nas 5.570 cidades do país.
A desculpa em Brasília é que eleições para prefeitos e vereadores são mais caras que as nacionais, como em 2018, porque há mais candidatos envolvidos.
Ora, se hospitais, escolas e outros serviços têm de se virar com menos dinheiro, por que todos os que buscam um cargo público não podem fazer o mesmo?
Na hora de arrancar grana da sociedade para sustentar projetos de poder, é curioso notar que as diferenças ideológicas desaparecem. E são nada menos que 430 dos 513 deputados e 62 dos 81 senadores nos partidos que apoiam a mamata. Todos deveriam entender que estão isolados nessa empreitada vergonhosa.
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